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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA EXEGESE


A IMPORTÂNCIA DA EXEGESE

Todo pregador deve se esforçar e se esmerar o máximo possível para que possa extrair as verdades contidas no texto bíblico. E isto, só é possível com muito empenho e estudo das Escrituras. Considera-se o Calvino como o pai da exegese por causa do seu conceito sobre Vox Dei, o que ele entendia que o pregador conseguia através de estudos e orações (orare e labutare), ou seja, com estes esforços, Calvino entendia que o pregador conseguiria extrair das Escrituras a verdadeira intenção do autor sagrado. Por isto muitos o consideram não somente o pai da exegese, mas também, o exegeta da reforma, o maior exegeta de todos os tempos, ou simplesmente o príncipe dos expositores. O princípio reformado da Vox Dei ensina que em meio à dificuldade de se interpretar um texto devemos recorrer a outro texto bíblico sobre o assunto, que seja mais claro, e ainda, devemos analisar o ensino de toda a Escritura sobre o assunto que está sendo estudado. Daí a famosa frase de Lutero: “a Escritura interpreta a si mesma”. Atualmente existem muitos livros e materiais de exegese, mas são muito poucos os pregadores que lançam mão desses materiais para assim poderem trazer uma mensagem mais rica ao povo de Deus. São poucos os pregadores que se esforçam o máximo possível para fazerem uma boa exegese do texto bíblico. Para muitos pregadores, pouco importa se ele está entendendo o verdadeiro sentido das palavras do texto sagrado, o mais importante é subir no púlpito e o Espírito Santo revelará tudo.
Existem o que chamamos de “os passos do trabalho exegético”, ou simplesmente, os passos da exegese. Dentre estes passos podemos destacar:
O estudo histórico do texto bíblico: Esse estudo consiste em procurar definir, mediante as evidências internas e externas, quem é o autor do livro; qual a data, local e ocasião em que o texto foi escrito.
O estudo contextual do texto bíblico: O próximo passo é fazer um estudo contextual da passagem. Esse estudo consiste em se delinear o contexto histórico da passagem, os acontecimentos mais importantes do período próximo; estudo do contexto literário, que é apontar tanto o contexto próximo quanto o contexto remoto da passagem, e delinear a estrutura do contexto.
O estudo do gênero literário do texto: O pregador precisa estudioso precisa definir o gênero literário do texto em questão. Muitos pregadores tratam e interpretam todo texto bíblico da mesma forma, esquecem-se que cada gênero merece um tratamento diferente e específico. A identificação do gênero ajuda o pregador a evitar interpretar erroneamente o texto bíblico, ajuda a não espiritualizar e alegorizar o que não deve ser alegorizado.  Ou seja, Uma parábola nunca deve ser interpretada como uma profecia, uma poesia não deve ser interpretada como o relato de um acontecimento histórico.
O estudo lingüístico do texto: O exegeta não deve se limitar no estudo do texto na língua vernácula, mas deve ir mais além. O pregador exegeta deve estudar o texto em questão na língua original (hebraico ou grego).
O estudo gramatical do texto: Na seqüência faz-se necessário um estudo das palavras chaves, aspectos gramaticais, mensagem para a época da escrita e teologia do texto.
João Calvino entendia que pregação é a explicação das Escrituras. Ou seja, ele entendia que o pregador precisa explicar o texto bíblico. E isto, só era possível com um estudo minucioso, detalhado e profundo do texto bíblico. O mais importante não era a habilidade natural de oratória ou o uso das técnicas de retórica, mas o esmero e o esforço considerável que resultavam num entendimento diferente e aprofundado do texto bíblico. Que por sua vez permitiria o pregador entender e explicar melhor o texto em questão. Diz-se que Calvino pregava a Bíblia verso por verso, crendo que através desse procedimento ele demonstraria que a Palavra pregada também era Palavra de Deus, submetendo-se ao ensino das Escrituras. Os estudiosos da vida dele dizem que ele não usava esboços, pregava diretamente das línguas originais em que a Bíblia foi escrita. Ele não dava muita importância a temas ou divisões em seus sermões. Não só como também afirmava que todo trabalho do ministro devia se restringir ao ministério da Palavra e que os ministros devem ser diligentes no estudo do texto. O que muitas vezes temos visto e ouvido nas pregações e nos pregadores é o que podemos considerar como eisegese. Esta é a prática mais comum dentre os pregadores atuais. O pregador bíblico não se propõe a inventar e inovar o texto bíblico. O pregador bíblico não se propõe a colocar novas idéias no texto. Mas o pregador busca extrair o verdadeiro pensamento do texto sagrado, o pregador em sua exegese deve se restringir ao texto. Deve-se praticar exegese e não a eisegese, que é impor nossas idéias e pensamentos ao texto bíblico. Não se deve ver no texto bíblico mais do que ele revela. Não se deve inventar idéias com o intuito de se tornar a pregação mais atrativa e bonita.

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