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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A aparência do Pregador


A aparência do Pregador
Um bom cavalo não tem uma cor desagradável, e um pregador realmente bom pode vestir o que mais lhe agradar, pois ninguém vai dar importância a isso, mas apesar de não conhecermos o vinho pelo barril, uma boa aparência é uma carta de recomendação, mesmo para um lavrador. Os sábios não se apaixonam nem se desiludem à primeira vista, ainda assim a primeira impressão é sempre uma coisa importante mesmo para eles; o que dizer então em relação aos menos esclarecidos para quem, por não serem sábios, uma boa aparência representa meio caminho andado.

O que é boa aparência? Bem, não é ser pomposo e engomado, ou se fazer de grande e poderoso entre as pessoas, porque o orgulho põe a perder os corações, ao passo que as palavras gentis os cativam. Não é tampouco usar roupas finas; porque roupa extravagante é a mesma coisa que uma casa suja por dentro e com a entrada sem a limpeza adequada. Esse tipo de roupa é considerado a melhor parte em uma boneca. Quando um homem é vaidoso como um pavão, todo pomposo e exibido, ele precisa se converter antes de pregar para os outros. O pregador que mede a si mesmo pelo espelho, pode agradar algumas jovens tolas, mas nem Deus nem os homens se mantêm muito tempo com ele. O homem que deve sua grandeza ao seu alfaiate descobre que essa agulha e essa linha não conseguem manter um tolo no púlpito por muito tempo. Um cavalheiro deve ter mais em seu bolso que sobre os ombros, e um ministro deve ter mais a mostrar em seu interior que em sua aparência externa. Se pudesse, eu diria para os jovens pastores não preguem de luvas, porque os gatos não caçam ratos com luvas de boxe, e que não passem muita brilhantina no cabelo como fazem os vaidosos, porque ninguém se preocupa em ouvir a voz dos pavões; não tenham sempre em mente apenas sua bela aparência, ou ninguém mais se preocupa com vocês. Tirem os anéis de ouro, as correntes e as jóias; por que o púlpito deve se transformar em uma vitrine de jóias? Excluam para sempre as sobrepelizes e as batinas e todas essas vestimentas exageradas, os homens devem afastar de si as coisas infantis. Uma cruz nas costas representa o sinal do diabo no coração; os que fazem como Roma devem ir a Roma e mostrar suas credenciais de herdeiros. Se os padres supõem que conseguem o respeito dos homens honestos por causa da indumentária fina estão muito enganados, pois é voz corrente: "O hábito não faz o monge", e: "O macaco não se parece tanto com um macaco como quando veste o manto papal".

Entre nós reformistas, o pregador não reivindica poderes sacerdotais e, portanto não deve jamais usar uma vestimenta especial. Deixem os tolos usarem capuzes e hábitos tolos, pois os homens que não reivindicam a tolice não devem usar roupas desse tipo. Ninguém a não ser uma ovelha imbecil usaria a pele de um lobo. É um gosto estranho o que leva os homens a ansiarem pelos farrapos de um ladrão. Além disso, qual é o lado bom desse aparato espalhafatoso? Nenhuma criatura poderia parecer mais estúpida que um pregador reformista com um capuz que não tem utilidade nenhuma para ele, com exceção de um pato que use tamancos. Eu morro de rir quando vejo nossos doutores com toga e faixas, esbaforidos com suas roupas de seda, enfeitados com seus pequenos peitilhos, pois eles me lembram muito o nosso conhecido peru quando fica estufado com os temperos postos em seu interior. Com certeza, são muito tolas as pessoas que querem ver um homem vestido como mulher em vez de apreciar seu sermão; e aquele que não consegue pregar sem essa vestimenta espalhafatosa pode se achar um homem entre simplórios, mas é um simplório entre homens. Ao mesmo tempo, o pregador deve se esforçar, de acordo com seus recursos, para vestir-se de forma respeitável; e em relação à pureza, ele não deve ter máculas, pois os reis não devem ter homens de pés sujos junto de sua mesa; e aqueles que pregam as coisas de Deus devem praticar o asseio. Eu daria preferência às gravatas brancas, se elas fossem sempre brancas, porque marrom de sujeira não cabe em lugar nenhum. Podemos nos ver livres de um pároco relaxado, enfumaçado, aspirador de rapé, bebedor de cerveja? Muitos dos que encontrei talvez até tivessem muito boas maneiras, mas não lhes ocorria terem boas maneiras consigo mesmo havia muito tempo. Como um capitão holandês deixa as âncoras no mar, eles deixaram as boas maneiras em casa; mas esse jamais deve ser o argumento para tornar um pároco bem comportado em o ministro. Um paletó surrado não significa desonra, mesmo o mais simples deles pode estar bem apresentado, e os homens devem ser estudiosos, e não professores, até alcançar esse patamar. Não se pode julgar um cavalo pelo arreio; mas uma aparência modesta, distinta, em que a roupa é do tipo sobre a qual não se pode fazer comentário, parece-me ser o tipo certo de coisa.

Esse pequeno ponto de minha reflexão tem o objetivo de advertir vocês jovens que acabam de se iniciar no ministério; e se algum de vocês ficar bravo por causa desses comentários, terei de lembrá-los que cavalos com feridas no lombo não suportam ser escovados, e, de novo, "aqueles a quem a carapuça servir, vistam-se de João Lavrador", vocês dirão que teria sido melhor remendar o próprio avental e deixar o pároco em paz, mas peço licença para cuidar de mim e falar o que me vem à mente, pois um gato pode mirar um rei, e um tolo pode dar bons conselhos ao homem sábio. Se eu falar com muita simplicidade, por favor, lembrem-se de que o cão velho não consegue mudar sua forma de latir, e aquele que por muito tempo foi acostumado a arar em um sulco reto também é muito competente para falar com honestidade.
 Tirado do livro de C. H. SPURGEON 

O PERIGO DAS SEITAS


O PERIGO DAS SEITAS

Seitas – O que lhe vem à mente quando ouve esta palavra? Talvez você imagine um grupo de pessoas alienadas da sociedade em algum vilarejo longínquo com roupas esquisitas e rituais macabros.
         Infelizmente a verdade é bem diferente do que se pensa. Elas estão em toda parte da sociedade e se alastram como epidemia. Não escolhe posição social, raça ou credo. Estão entre as camadas pobres e também  entre a elite social. Muitos artistas são verdadeiros cartões postais das seitas, que através dos meios de comunicação entram em nossos lares e difundem seus ensinamentos.. Quase sempre aparecem na TV um ou outro artista famoso falando sobre os “benefícios” da Meditação Transcendental, de “poder” dos cristais ou indicando seu guru favorito, e tudo isso fundamentado nos moldes “novaerensense”(relativo a Nova Era). Atualmente calcula-se que existam no mundo mais de 10.000 seitas e cada ano que passa surge mais uma com doutrinas e ensinamentos contrários à Palavra de Deus, levando mais e mais pessoas para o engodo satânico da religião. A virada do milênio fornece um clima propício para o fanatismo religioso que parece não ter fim. O próprio Senhor Jesus Cristo já havia profetizado à este respeito quando disse que nos finais dos tempos apareceriam falsos cristos e falsos profetas e enganariam a muitos. E o que temos visto é exatamente isto; engano, falsidade e corrupção entre esses movimentos. Seus líderes são verdadeiros carrascos, impondo o medo, controle espiritual e psicológicos sobre seus adeptos, que recebem uma verdadeira lavagem cerebral. Suas organizações são verdadeiros impérios financeiros, muitas vezes construído com dinheiro ilícito de fontes obscuras e ilegais. Mas o que os fascinam mesmo, é o poder e o dinheiro, e para conseguí-los, não medem esforços, chegando a empregar até mesmo a violência. A proliferação religiosa hoje, é um fenômeno que recebe cada vez mais atenção, dos teólogos, sociólogos e psicólogos que estão perplexos diante da caótica situação religiosa do nosso mundo. As seitas constituem  atualmente um grande desafio para a Igreja de Cristo sobre a face da Terra. Pregando uma falso evangelho com falsas promessas, elas conseguem arregimentar um grande número de pessoas para as suas fileiras e o perigo não é só do ponto de vista teológico, mas também público, já que trazem com o seu “modus vivendi”(modo de viver) um grande transtorno para a sociedade de modo geral.  Há seitas que proíbem a transfusão de sangue, uso de anticoncepcionais para o controle da natalidade, que sirvam as forças armadas, que votem, que trabalhem em determinado dia da semana, etc...
         É só lermos os jornais e revistas ou ligarmos a TV e encontraremos manchetes tais como: “Adeptos Da Seita “X” Cometeram Suicídio Coletivo”. De fato, notícias como esta não são raras hoje em dia.
           Quem não se lembra do caso “Jim Jones” em 1978?  Esse líder fanático que se intitulava “pastor”, e possuía guarda costas chamados de “anjos”, levou aproximadamente 900 pessoas ao suicídio na Guiana.


CRONOLOGIA DE SUICÍDIOS ENTRE AS SEITAS
        
Vamos mostrar agora o que tem acontecido nos últimos anos entre estes movimentos e o fim macabro que tiveram.
1993 – Oitenta seguidores da seita, “Ramo Daviniano”, morreram carbonizados.
1993 – Cinqüenta e três pessoas de uma vila do interior do Vietnã, cometeram suicídio coletivo.
1994 – Cinqüenta e três membros da seita “Ordem do Templo Solar”, cometeram igualmente suicídio coletivo.
1995 – A seita japonesa “Ensino da Verdade Suprema” provocou um atentado com gás tóxico no metro de Tóquio, matando dez pessoas e ferindo cerca de cinco mil.
1997 – A seita americana “Porta do Céu” cometeu suicídio coletivo, o saldo de mortos chegou a trinta e nove pessoas.
2000 – Cerca de oitocentas pessoas que estavam envolvidas com a seita “Movimento Pela Restauração dos Dez Mandamentos” morreram carbonizadas na sede da seita em Uganda na África. Antes de cometerem o suicídio o líder da seita os incentivou a abandonar os seus bens, pois iriam se encontrar com a virgem Maria. Pelo jeito o único mandamento que a seita não quis restaurar foi o “Não Matarás”.
         Estes são só alguns exemplos, dentre muitos,  que não caberia nesse artigo por falta de espaço, mas com certeza já deu para perceber que o perigo das seitas já está virando uma questão para as autoridades públicas se preocuparem. Felizmente muitos governos já estão tomando providências nessa questão. Talvez você esteja raciocinando neste momento: “Eu nunca participaria de tais movimentos”. Será? É possível que você faça parte de uma seita e não saiba, talvez não tão perigosa como as citadas acima, mas perigosa do ponto de vista espiritual e teológico. Não são só as seitas exóticas como as da África que oferecem sacrifícios humanos, ou as apocalípticas de Marshal Applewhite (Porta do Céu)  que precisamos nos preocupar. Existem aquelas que estão talvez perto de sua casa, que aparentemente são inofensivas, que são classificadas até mesmo de “cristã”, quem sabe você conheça um amigo ou parente que faça parte dela, essas não deixam de ser também perigosas.


Este artigo não é da autoria do dono deste Blog 


terça-feira, 9 de outubro de 2012



ORIENTAÇÕES AO JOVEM PREGADOR


INTRODUÇÃO

Há alguns anos, o número de rapazes e moças que subiam ao púlpito para pregar era maior que o de hoje. Na sua simplicidade, falavam do amor de Deus, da Salvação e davam testemunho sob a unção do Espirito Santo. Hoje, parece que a figura do "preletor oficial" inibiu muitos de falarem com ousadia a Palavra de Deus. Parece que há um receio de falar diante de um público que, certamente, é mais intelectualizado que há alguns anos. Jovens pregadores ficam embaraçados e cometem certos deslizes, que poderiam ser evitados. Neste modesto trabalho, vamos dar apenas algumas sugestões, e não um estudo sobre a Homilética (Arte de Falar em Publico).

I -O QUE PREGAR?

É a comunicação verbal da Palavra de Deus aos ouvintes. É a transmissão do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo às pessoas que precisam ouvi-lo.

II- QUAL A FINALIDADE DA PREGAÇÃO?

É persuadir as pessoas a aceitarem a mensagem da Palavra de Deus para sua salvação (descrentes) ou para seu crescimento espiritual (crentes). Diante disso, o pregador precisa saber para quem esta falando: Para crentes ou para descrentes?

III- QUE DEVE CONTER A PREGAÇÃO?

Três coisas são básicas:

1. OBJETIVIDADE.

Refere-se ao alvo a atingir. Se pregamos para descrentes, desejamos que eles entendam que precisam crer em Jesus para ser salvos. Devemos orar muito, antes de pregar, para que o Espirito Santo convença as pessoas do seu pecado. Se isso acontecer, a pregação alcança seu alvo. O centro da pregação deve ser Cristo e não o pregador, como acontece em certas cruzadas ou movimentos evangelísticos. Há pregadores que se perdem no púlpito. Começam a falar do amor de Deus, e passam a divagar sobre o Apocalipse, vão até Gênesis, aos profetas e, ao final, não sabem como sair do emaranhado de palavras. É preciso ter objetividade.

2. TRANSMISSÃO.

O pregador deve procurar transmitir a mensagem de Deus às pessoas. Paulo disse: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei..." O mensageiro deve receber a mensagem de Deus e transmiti-la aos homens. Não deve ficar inventando mensagens, terias, filosofias para mostrar conhecimentos.

3. CONVICÇÃO.

O pregador deve transmitir aquilo de que tem convicção, para que a mensagem seja aceita. Tem que viver aquilo que prega.

IV - A BASE DA PREGAÇÃO (ou do sermão)

1. A PALAVRA DE DEUS

A base da pregação deve ser a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Podemos dizer, em outras palavras que a base da pregação deve ser o TEXTO BÍBLICO . Ilustrações podem ser aproveitadas, desde que Que se relacionem com o tema da mensagem , mas não podem tomar o lugar da Palavra de Deus. Ouvimos um pregador que, não tendo êxito em "abalar" os ouvintes, apelou para uma história fantasiosa e tomou 80% do tempo destinado à mensagem.

2. QUE TEXTO ESCOLHER?

O Pr. Elienai Cabral sugere (em resumo) 8 (oito) características para um bom tema a ser escolhido )p. 50-51).

1) De preferência textos que expressem um pensamento completo;

2) Textos claros. Devem-se evitar textos obscuros como Jd 6; Mt 27.52; 1 Pe 3.19-20 (exigem estudo mais profundo).

3) Textos objetivos: que atendam às necessidades espirituais das pessoas (Com oração e unção).

4) Textos sobre os quais não haja dificuldade para a interpretação (hermenêutica).

5) Textos dentro dos limites de capacidade do pregador.

6) Textos que expressem o tema da pregação para não fugir ao objetivo.

7) Texto que desperte interesse (Com oração, o Espírito mostra o que deve ser pregado).

8) Textos cuja seqüência seja de fácil acompanhamento pelo pregador e pelo auditório.

V - A ESTRUTURA DA PREGAÇÃO ( Do sermão)

Toda pregação com esboço ou não, deve ser dividida, basicamente, em duas partes:

1. INTRODUÇÃO.

É a parte inicial da mensagem, pela qual o pregador entra em contato com o auditório. Visa despertar o interesse pela pregação; "prepara a mente dos ouvintes , para que possam compreender o assunto do sermão e as idéias a serem desenvolvidas..." (Key, p. 31). Uma boa introdução deve ser BREVE, SIMPLES, INTERESSANTE E APROPRIADA. (Cabral, p. 66) Conhecemos um grande pregador que gasta 30 ou 40 minutos na introdução. Isso cansa, principalmente os descrentes. A introdução não deve ir além de 10 ou 15% do tempo da mensagem. (Normalmente, o pregador sabe de quanto tempo dispõe, exceto em casos especiais).

2. CORPO (ou desenvolvimento) DA MENSAGEM (Do sermão).

É a parte mais importante da mensagem. Ela deve conter a seqüência das idéias a serem apresentadas. No corpo do sermão ou da mensagem , podemos ter:

1) Ordem ou divisões (1º , 2º, 3º , etc.);

2) Transição de um pensamento para outro. As divisões devem ser de acordo com os objetivos mensagem; devem-se evitar " excesso de floreios", "rodeios", ou "conversa fiada". O povo percebe.

3.CONCLUSÃO. É o auge da pregação. O seu clímax. Nela, o pregador faz a aplicação do que pregou no corpo do sermão. Nesse momento, o pregador e o auditório, pelo poder do Espirito Santo, devem chegar à conclusão de que a mensagem atingiu seu objetivo. Sem uma boa conclusão, o que foi dito pode perder o brilho. Uma conclusão pode ser feita através de:

1) RecapituIação.
O pregador deve rever o que pregou, em resumo ou tópicos, evidenciando pensamentos-chave , pontos fortes da mensagem (Cabral, p. 70).

2) Narração. O pregador pode valer-se de um fato, uma rápida ilustração para comover o auditório, levando o descrente a uma decisão, na unção do Espírito Santo.

3) Persuasão . É a parte mais difícil da conclusão. Depende muito mais do Espírito Santo do que do pregador. Por isso, toda mensagem deve ter a unção do Espírito Santo. Para tanto, o pregador precisa orar muito, e até jejuar, diante de Deus, para que a mensagem atinja seu alvo.

4) Convite. Toda pregação deve terminar com um convite ou apelo, seja para pecadores, seja para a igreja. Um convite na unção do Espírito tem maravilhoso efeito no coração das pessoas. De acordo com Braga (p. 211-212), a conclusão deve ser breve e simples, e com palavras adequadas. Um certo jovem pregou numa igreja. Ao fazer o apelo, não vendo ninguém atender, passou a contar que alguém ganhou um grande prêmio porque deu uma grande oferta para a Obra. Desviou totalmente o alvo da mensagem.

VI - TIPOS DE SERMÕES

1. SERMÃO TEMÁTICO (Ou Tópico).

É aquele "cujas divisões principais derivam do tema, independentemente do (Braga, p.17).

Exemplo: Tema: "Causas para a Oração não Respondida":

1) Pedir mal. (Tg 4.3);
2) Pecado não confessado (S1 66.18);
3) Duvidar da palavra de Deus (Tg 1.6-7);
4) Vãs repetições (Mt 6.7);
5) Desobediência à Palavra (Pv 18.9);
6)Mal relacionamento conjugal (1 Pe 3.7);

2. SERMÃO TEXTUAL

É aquele em que as divisões principais do derivadas de um TEXTO constituído de UMA BREVE PORÇÃO DA BÍBLIA ( Braga, p. 30).

Exemplo: Titulo: "O Único Caminho Para Deus" (Jo 14.6).

1) Através de Jesus, o único caminho.
2) Através de Jesus, a verdade.
3)Através de Jesus, a vida.

3. SERMÃO EXPOSITIVO

É aquele em que as divisões baseiam-se numa porção mais extensa (texto) da Bíblia, não abrangendo "um só versículo, mas uma passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo um livro inteiro" (Cabral, p. 78). Nele , é mostrada (exposta) uma verdade contida num texto bíblico. Exige tempo, estudo e conhecimento bíblico.

Exemplo: Titulo: "O Cordeiro de Deus" (Ex 12. 1-13)

1)Foi um cordeiro divinamente determinado (vv. 12.1-3)
2) Foi um cordeiro perfeito (12.5);
3) Foi um cordeiro morto (12.6);
4) Foi um cordeiro redentor (12.7; 12-13);
5) Foi um cordeiro sustentador (12.8-11).

VII- QUALIDADES DO BOM PREGADOR

1. Personalidade

É o que caracteriza uma pessoa e a torna diferente de outra. "É tudo quanto o indivíduo é". Na pregação, o pregador demonstra que tem personalidade, quando se expressa, falando ou gesticulando, de acordo com aquilo que ele é e não imitando outras pessoas. De vez em quando, percebe-se pregadores , imitando evangelistas famosos, dando gritos, pulando e correndo no púlpito, torcendo o pescoço, ajeitando a gravata, falando rouco ou estridente. Isso é falta de personalidade. É querer ser ator, imitador e não um instrumento nas mãos do Espírito Santo.

2. Espiritualidade. Nessa característica, podemos observar os seguintes aspectos:

1) Piedade.

É o sentimento de devoção e amor pelos outros e pelas coisas de Deus. O pregador deve sentir pelo Espírito as necessidades do auditório, principalmente dos pecadores. (1 Tm 4.8; Hb 12.28).

2) Devoção

É o sentimento religioso, de dedicação às práticas ensinadas na Palavra de Deus. Na devoção, o pregador busca inspirar-se na ORAÇÃO, na LEITURA DA BÍBLIA, e no LOUVAR A DEUS. Temos visto verdadeiros profissionais da pregação, técnicos, que sabem pregar, mas não sabem orar; sabem gritar, mas não sabem amar as almas. Pregam por interesse, por torpe ganância. Que os jovens pregadores (e os antigos) não entrem por esse caminho. Conta-se que Moody, o grande evangelista, orava uma hora para pregar cinco minutos. Enquanto isso, temos pregadores que oram cinco minutos para pregarem uma hora!

3) Sinceridade

Reflete a verdade contida na própria alma. O pregador deve pregar aquilo que vive e viver aquilo que prega (Tg 2.12). Um jovem, dirigente de Mocidade, pregava bem. O povo se alegrava. Mas, um dia, uma jovem descrente procurou a direção da igreja para dizer que estava gravida dele e, o pior, o jovem não assumiu a paternidade. Por fim, confessou o pecado, foi excluído, e contribuiu para uma alma descrer do evangelho.

4) Humildade

"Nenhum pregador pode subir ao púlpito sem antes ter descido, pela oração, os degraus da humildade. Na oração, o egoísmo se quebranta. O medo se desfaz, e a certeza da vitória aparece clara como a luz do sol ao meio-dia" (Cabral, p. 43). (Ler Pv 15.33). Um jovem vivia criticando quem ia pregar, dizendo que, se fosse ele, pregaria muito melhor. Um dia, o pastor deu oportunidade ao moço para pregar. Ele subiu ao púlpito, orgulhoso, sorridente. Tentou achar um texto na Bíblia, de um lado para outro, e nada. Suou, pediu desculpa, e desceu cabisbaixo. Sentou noutro lugar, junto a um irmão experiente, que, percebendo sua tristeza, disse: "Moço, se você tivesse subido como desceu (humilde), teria descido como subiu (alegre)". E uma grande lição para todo pregador.

5) Poder

O pregador (jovem ou não) precisa do Poder de Deus. S. Paulo disse que não pregava sabedoria humana, mas com poder (1 Co 1.4-5). É preciso ter unção e graça para pregar. Do contrário, ocupa-se o púlpito e o tempo para dizer coisas inoportunas. E melhor um sermão fora da Homilética, mas na unção de Deus, do que dentro da técnica, e sem poder. Isso só se consegue com oração, jejum, leitura bíblica, e vida consagrada. Não se obtém num curso de Homilética.

BIBLIOGRAFIA

BRAGA, James. como preparar mensagens bíblicas. S. Paulo, Ed Vida, 1993.
CABRAL, Elienai. O pregador eficaz. Rio, CPAD, 1983.
KEY, Jerry Stanley. José da SiIva, um pregador leigo. Rio, JUERP, 1978. (Natal, 7 de abril de 1995)



PEQUENO CURSO DE HOMILÉTICA


PEQUENO CURSO DE HOMILÉTICA

I - CONCEITOS BÁSICOS
1. Comunicação: Ação, efeito ou meio de comunicar, aviso, participação, ligação, comunhão.
2. Dicção: Dicção - Maneira de dizer ou pronunciar, expressão, arte de recitar.
3. Exegese: Interpretação, explicação ou comentário (gramatical, histórico, jurídico, etc.) de textos, principalmente da Bíblia.
4. Eloqüência: Capacidade de falar e exprimir-se com facilidade; dom da falar com fluência.
5. Fonação: Conjunto dos fenômenos que concorrem para a produção da voz.
6. Hermenêutica: Princípios de interpretação bíblica; arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos.
7. Homilética: Eloqüência de púlpito, de cátedra; arte de pregar sermões, não se abstendo do aprimoramento das habilidades oratórias. É a ciência que ensina os princípios fundamentais dos discursos em público.
8. Lógica: Ciência do raciocínio; coerência; raciocínio encadeado; ligação de idéias.
9. Oratória: Arte de falar em público eloqüentemente ou em consonância com as regras da retórica; peça dramática religiosa.
10. Persuasão: Ato ou efeito de persuadir; convicção; crença. Vem de Persuadir: Levar a crer ou aceitar, aconselhar, induzir.
11. Pronúncia: Articulação do som das letras, sílabas ou palavras. Maneira especial de pronunciar os sons de certa língua.
12. Pregação: É a comunicação verbal da verdade divina com o fim de persuadir. Tem em si dois elementos: a verdade e a personalidade.
13. Retórica: A arte do uso eficiente das palavras em falar e escrever
14. Sermão: Um discurso religioso formal, baseado na Palavra de Deus, e que tem por objetivo salvar os homens.
15. Tema: É a matéria de que trata o sermão; a idéia central do sermão; o assunto apresentado no sermão.
II - PRINCÍPIOS DE HOMILÉTICA

1. A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO
"Tanto a preparação quanto a exposição são enriquecidas com o grau de conhecimento do pregador. Os conhecimentos não são a principal razão de um sermão, mas são o esqueleto que lhe dá forma... O pregador não precisa deixar de ser espiritual pelo fato de enriquecer seus sermões com conhecimentos gerais. Se o sermão estiver cheio da graça de Deus, então os conhecimentos nele inseridos resultarão em benções. A homilética apresenta as regras técnicas, e ensina como o pregador pode tirar proveito dos conhecimentos, ordenando os pensamentos e dosando-os com a graça divina.
Todo pregador deve adotar um sistema de estudo, para seu maior aproveitamento no ministério da Palavra..."
"O que se vai dizer é resultado do que sabemos, sentimos, pensamos, cremos e desejamos transmitir...
Cultura é aquilo que a gente sabe, resultado de nossa vivência, da sedimentação do que somos, sabemos, das influências que sofremos e de tudo que realmente nos estruturou. Ser um homem culto em nossos dias, isto é, capaz de pensamento original e ter digerido as informações do mundo em que vivemos, é uma equação diferente da que se apresentava no passado. Pouco a pouco a "explicação" do mundo foi, cada vez mais, passando para a área científica..." Por isso o importante é manter os "pés no chão".
Para falar de um tema qualquer é preciso dominar o assunto, a ponto de torná-lo de uma simplicidade quase alarmante e dar a impressão ao auditório de que o estamos desvendando juntos, realizando uma agradável excursão intelectual ou humana, participando os dois, nós e o ouvinte, do que vai surgir. O que vale mais é a gente ser a gente mesmo."3
Assim, a primeira e grande obrigação do pregador é a LEITURA, constante, sistemática dos assuntos que ele aborda em suas prédicas e de cultura geral.


2. PREGAÇÃO BÍBLICA
"Pregação bíblica, em poucas palavras, é a proclamação da Palavra de Deus à congregação. Na realidade, proclamar a Palavra de Deus significa muito mais do que simplesmente ler a Bíblia e atribuir uma lição prática à passagem lida. A pregação bíblica envolve a cuidadosa remoção do texto de seu engaste original, transferindo-o para a situação atual da igreja. Para efetuá-lo, o ministro precisa compreender não somente as Escrituras mas também a sua congregação - o mundo dos tempos bíblicos e o mundo de sua igreja, bem como as semelhanças e diferenças entre ambos esses mundos.
Visto que o sermão serve de ponte entre o passado e o presente, e não constitui meramente um comentário sobre o texto, não se deve confundir a pregação bíblica com exegese gramatical, histórica ou teológica. Ela vai além disso, a fim de proclamar a passagem bíblica como normativa para a fé e prática cristã, de modo que informa, desperta, assegura e sustém a congregação em sua vida de fé. No entanto, a pregação bíblica precisa centralizar-se na passagem bíblica e não nalgum problema pessoal ou questão contemporânea..."

3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

3.1 - Princípio de Interpretação Gramatical
"A pregação bíblica começa com a exegese do texto, e a exegese segue os princípios gramaticais. Ela procura entender o significado verbal do texto analisando a função e o sentido das palavras empregadas...
Visto que a Bíblia foi escrita em hebraico e grego (e algumas partes em aramaico) o ministro que não conhece essas línguas se encontra numa posição desvantajosa. Não basta achar num dicionário o termo equivalente em português a uma palavra hebraica ou grega...
O ministro que não possui adequadas habilidades lingüísticas pode fazer uso de tais auxílios lexicais como comentários, concordâncias e dicionários teológicos, contando que contanto que compreenda o seu objetivo e saiba como incorporar as informações no sermão."

3.2 - Princípio de Interpretação Histórica
"A exegese histórica dimana.., da convicção de que a revelação divina era um produto de determinada cultura. Isto não nega, de modo algum, a inspiração da Bíblia; antes confirma o caráter histórico da revelação bíblica...
Visto que a Bíblia é um documento histórico e a igreja é um movimento histórico, a exegese histórica é importante tanto para compreender a mensagem bíblica como para determinar seu significado na atualidade. Questões de data, autoria, antecedentes e circunstâncias são essenciais à tarefa de preparar sermões bíblicos. Quanto mais conhecermos as condições político-religiosas e sócio-econômicas sob as quais foi escrito certo documento, tanto melhor poderemos compreender a mensagem do autor e aplicá-la de acordo com isso."

3.3 - PRINCÍPIO DE INTERPRETAÇÃO TEOLÓGICA
"O ministro também deve compreender e explicar um texto teologicamente  Não somente deve estar inteirado do que esse texto está dizendo em primeiro plano, mas também da teologia que elucida o texto."
Isto significa que o pregador deve conhecer as tradições, a filosofia, a maneira de pensar, a "Cosmovisão", as idéias acerca de Deus e da religião na época em que aquela mensagem foi escrita.

4. A APLICAÇÃO DA MENSAGEM BÍBLICA
"...A mensagem do texto precisa ser traduzida para a linguagem da congregação e apresentada de tal maneira que se veja claramente que corresponde a situação contemporânea. Para realizar isto, o ministro precisa ser versado não só nas Escrituras, mas também nas ciências sociais, especialmente as que tem que ver com a conduta humana...
É importante que o ministro esteja ciente das questões contemporâneas e de seu impacto sobre o pensamento, as emoções e a conduta da Igreja...
Um ministro pode fazer esmerada exegese de um texto bíblico e diminuir no entanto, a significação de seu estudo fazendo observações superficiais sobre a vida contemporânea. A igreja necessita de penetrantes análises e críticas do mundo de hoje em dia."

5. A APRESENTAÇÃO DO SERMÃO
"Em que deve o pregador basear-se para pregar? Em manuscritos? Notas? Em nada? Ao prepararmos e apresentarmos o sermão, normalmente pensamos em quatro opções: 1.Improviso - nenhum preparo específico; 2. Extemporâneo - idéias preparadas; 3. Manuscrito - pensamentos e palavras preparados; 4. Memorização - pensamentos e palavras preparados e decorados. Uma vez que os números um e quatro são extremos e raramente usados, concentrar-nos-emos nos outros dois métodos...
Na maioria dos casos, a pregação manuscrita força o pregador a fazer um preparo mais completo e preciso. Aqueles que escreveram seus sermões antecipadamente, podem analisá-los com mais exatidão antes de usá-los.
Uma vez que os pregadores extemporâneos não selecionam suas palavras com antecedência - selecionando apenas as idéias - eles poupam grande quantidade de tempo na preparação do sermão...
A pregação extemporânea, contudo, em geral é pregação mais relacional do que manuscrita. Henry Ward Beecher dizia que um sermão escrito estende uma mão revestida de luva para as pessoas; sermão não escrito estende uma palma de mão incandescente. Uma luva pode ser mais perfeita do que a mão cicatrizada e calosa, mas não é tão calorosa nem tão sensível.
Ler os sermões limita o contato dos olhos do pregador com o auditório. Como afirmava Phillips Brooks, a pregação é a verdade através da personalidade. Ora, os olhos transmitem a personalidade. Assim, qualquer coisa que interfira com o contato dos olhos do pregador, impede que a personalidade seja bem sucedida, e interfere com a pregação.
A maioria dos homiléticos concorda em que a maneira ideal de pregar um sermão é fazer primeiro um manuscrito, e depois preparar um esboço - quer o pregador use esse esboço no púlpito ou o decore...
Muitos pregadores levam um manuscrito ao púlpito, mas lêem apenas partes dele, pregando o restante dele de improviso. Por exemplo, as ilustrações e o apelo não se prestam bem para a elocução manuscrita e provavelmente devam ser pregados de improviso...
Nenhum método isolado serve para todos. E, obviamente, tanto a pregação manuscrita como a improvisada possuem vantagens e desvantagens significativas... Descubra o que fica melhor para você..."

6. A ESTRUTURA DO SERMÃO
Três são as partes essenciais que formam a estrutura de um sermão: Introdução; Desenvolvimento, plano ou corpo e Conclusão.
"A estrutura propriamente dita é a organização do sermão com suas divisões técnicas, que servem para orientar o pregador na apresentação da mensagem."
Um sermão precisa ter UNIDADE, ORDEM, SIMETRIA E PROGRESSÃO.

6.1 - A INTRODUÇÃO
"A introdução é a parte do sermão que serve como ponto de contato entre o pregador e o auditório. Normalmente, a introdução é a última parte a ser feita na preparação,.. Tendo uma idéia geral do sermão, devidamente estruturada, pode então preparar eficazmente a introdução.
A introdução deve conter outros aspectos não técnicos. São aspectos psicológicos. Para começar um sermão, o pregador deve saber discernir o tipo de auditório, ao qual falará. Deve desenvolver a habilidade de preparar o seu auditório espiritual e psicologicamente para ouvir o sermão que irá apresentar. Em outras palavras, 'a introdução de um sermão deve fazer com que os ouvintes sintam boa disposição para escutar o pregador; deve fazer com que lhe prestem atenção, e que fiquem desejosos de receber a mensagem que o predicante deseja apresentar."
Uma boa introdução deve ser:
1. Breve (em torno de 5 minutos)
2. Apropriada, de acordo com o tema do sermão.
3. Interessante.
4. Simples. Sem arrogância, sem prometer muito.
5. Cuidadosamente preparada.

6.2 - O DESENVOLVIMENTO
Dentro da estrutura do sermão, o desenvolvimento é a parte principal. Ele é também chamado de esqueleto do sermão, que deverá ser recheado com comentários apropriados das divisões pertinentes ao tema.
A manutenção da seqüência lógica do sermão, especialmente na passagem da introdução para o corpo, depende principalmente de duas coisas, a saber: uma ordem própria nas divisões e transições fáceis de um pensamento para outro.
Por outro lado é bom lembrar que as divisões devem obedecer a uma ordem ascendente, no sentido de um movimento progressivo durante o sermão.

6.2.1 - A ILUSTRAÇÃO - A ilustração é para o sermão o que são as janelas para uma casa. O objetivo principal da ilustração é facilitar a compreensão do assunto ou mensagem. .
Quais os motivos que nos devem levar a usar ilustrações?
1) Por causa do interesse humano.
2) Clareza
3) Beleza
4) Complementação.
A ilustração nunca deve ser a parte principal do sermão. É tão-somente uma janela. Esta nunca é mais importante do que a casa.

6.3 - A CONCLUSÃO
A conclusão idealmente deve conter quatro partes: 1) uma frase objetiva; 2) um breve resumo ou sumário; 3) um apelo e 4) uma ou mais frases finais.
A conclusão é basicamente a junção dos fios do sermão. É a concentração dos principais raios do sermão num só ponto.
Não convém apresentar material novo na conclusão.
Ao fazer o apelo, os pronomes se tornam muito importantes. Usem os pronomes "vós" e "nós". Incluam-se nele.
O apelo pode ser feito de muitas maneiras. Nem sempre precisa tomar a forma de um convite que requeira uma resposta visível.
A frase ou frases finais constituem a última parte da conclusão. As últimas três frases do sermão devem ser muito bem preparadas, escritas por extenso e, se possível, decoradas.
Alguns não sabem como e quando terminar. Nunca se deve dizer: "Para terminar..." ou "Terminando..." e então ficar divagando durante mais cinco minutos. Não se deve manifestar hesitação ou incerteza.

7. ESPÉCIES DE SERMÃO
Existem três tipos principais de sermões:
7.1 - SERMÕES TÓPICOS, ou sermão temático. A divisão deriva-se do tema ou assunto apresentado e é independente do texto bíblico escolhido. No sentido técnico, o sermão tópico é aquele que deve sua estrutura e sobretudo divisões ao desenvolvimento da verdade que está em volta do tema.
"o pregador pode exercer sua capacidade analítica e imaginativa, para usar diferentes modos de dividir o assunto que deseja apresentar. O sermão tópico envolve criatividade e versatilidade da parte do pregador."

7.2 - SERMÕES TEXTUAIS, aqui a estrutura e/ou divisões do sermão são tiradas do texto bíblico escolhido. Consiste em selecionar alguns versículos, um versículo, ou mesmo uma parte de um versículo como texto.
O mais comum é o pregador usar a divisão natural do texto, onde a distinção das idéias está no texto e apenas deve ser posta em destaque. Este tipo de divisão permite ao pregador usar as próprias palavras do texto. Exemplo, I Cor. 13:13 apresenta três divisões naturais, cujo tema tirado do texto, fica a critério do pregador.
Outra divisão que pode ser usada é a textual analítica. Este tipo de divisão baseia-se em perguntas: quem? que? quando? por que? como? e, onde? O tema do sermão textual analítico é tirado da idéia geral do texto. Exemplo: Lucas 19: 1-10: a) foi uma visita inesperada; b) foi uma visita transformadora; c) foi uma visita salvadora.

7.3 - SERMÕES EXPOSITIVOS.
"O sermão expositivo está diretamente ligado ao sermão textual, com a diferença de que o seu desenvolvimento é feito sob as regras da exegese bíblica, e não abrange um só versículo, mas uma passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo um livro inteiro.
O sermão expositivo é o que faz a exegese do texto escolhido. É o desenvolvimento de uma verdade contida em uma passagem bíblica. É um método que exige estudo e tempo da parte do predicante na preparação do que vai expor... Objetivamente, um sermão expositivo significa colocar fora, mostrar, exibir uma verdade contida num determinado texto das Escrituras.".

III - ORATÓRIA
1. REQUISITOS NECESSÁRIOS A UMA BOA ORATÓRIA
1.1 - Influência Pessoal
1.2 - Dicção
1.3 - Timbre (inflexão, correto uso da voz; agradável)
1.4 - Gesticulação (oportuna e efetiva)
1.5 - Correção Gramatical
1.6 - Expressividade
1.7 - Persuasão
1.8 - Comunicação

2. INFLUÊNCIA PESSOAL
Os cientistas do comportamento afirmam que nos comunicamos sempre que o contato com alguém seja feito. Com freqüência a comunicação mais eficiente é não-verbal. O significado da mensagem está na pessoa e não nas palavras. Conquanto as palavras possam ser transferidas de uma mente para outra, o significado não pode ser transferido. Conseqüentemente, crê-se que todas as comunicações são mudadas 70 a 90% pela pessoa que recebe.

3. COMUNICAÇÃO
"A falha na comunicação afasta muitas pessoas das igrejas...
A monotonia na pregação é uma falta grave, principalmente porque existem muitas maneiras de se variar a comunicação da mensagem. Os meios de comunicação (multimídia) estão se aprimorando na variedade de comunicar. Eles sabem que um comercial, filme, novela ou programa esportivo monótono não conquista audiência,..
A má comunicação começa com uma voz irritante, fraca, estridente, aguda ou grave demais. Assim como as boas vozes produzem convicção as vozes defeituosas geram dúvidas e rejeição.
Em questão de comunicação a convicção é vital...
'Prega mal quem não tem capacidade de encarar os seus ouvintes e olha para tudo, menos para as pessoas, e estas desejam uma perfeita comunicação com o pregador. A comunicação do pregador deve ser com pessoas, não com galerias imaginárias, corredores, paredes, ventiladores, planos ou qualquer outro objeto no santuário.'
Ignorar a arte da boa comunicação é condenar-se a si mesmo como pregador. É pregar uma mensagem que não pulsa com o vigor da realidade. Há pregadores que em nome do conteúdo pecam na comunicação, isso porque não conseguem se libertar das anotações."

4. COMO APRENDER A FALAR?
"... A fala é o resultado de tantos fatores que é preciso zelar por ela com o máximo de cuidado. Falar já é algo de fabuloso. Falar bem requer, logicamente, um aprendizado, um contínuo aperfeiçoamento, porque falar bem representa ser bem, sentir bem, querer bem, fazer bem, ter dentro de si reservas a transbordar. Para isso não é preciso ser um intelectual ou um cientista. Qualquer pessoa, mesmo uma pessoa analfabeta, pode transmitir algo que nos enriqueça em experiência ou conhecimento."
"A fala deve ser aprendida, mas aprendida mesmo! Falar bem com boa voz não é um dom natural. Parece sê-lo muito raramente quando pessoas que nunca aprenderam a utilizar da melhor maneira sua voz e sua fala, seu gesto e sua capacidade de comunicar-se, dão a impressão de serem grandes oradores natos. Mas nunca se poderá dizer até que ponto eles seriam muito melhores ainda, se tivessem recebido uma orientação esclarecedora. O fato de uma coisa dar bom resultado não significa nunca que não possa dar resultado melhor."
"Nunca é demais repetir que a voz é o homem, que a voz é "espelho da alma"; que se vê melhor a pessoa ouvindo-a; que "a voz carrega consigo toda a história do homem e da Humanidade".


Os Sete Pecados Mortais do Estudo Bíblico e Como Você Pode Evitá-los




Há alguns anos, um amigo mostrou-me uma carta de oração que ele tinha recebido sobre um "Reavivamento da Cura Milagrosa". Junto tinha uma "Folha de Pedido de Oração Milagrosa" com as seguintes instruções:
Pegue a folha de oração que lhe enviamos e escreva nela o seu nome e, em seguida, imponha as mãos sobre ela. Precisamos receber de volta os seus pedidos de oração para podermos tocar neles e orar sobre eles, pois "se dois concordarem alguma coisa que tocarem, isto será feito."
Por causa de uma interpretação errada da tradução em inglês da Versão King James, o cristão bem intencionado que escreveu esta carta descobriu uma chave nova para a interpretação bíblica. A palavra tocarem, que é tão crucial para o seu ponto de vista, nem sequer aparece no texto grego original, conforme deixa claro a Bíblia na NVI na sua tradução do versículo: "Se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirem, isto lhes será feito por Meu Pai que está no céu" (Mt 18.19).
Apesar de um pouco exagerado, este exemplo ilustra as maneiras incomuns e às vezes surpreendentes como a Bíblia é interpretada e aplicada. Um dos meus professores do seminário, Howard Hendricks, disse certa vez: "Muitos elefantes aplicacionais estão enroscados em linhas de interpretação!"
Para podermos interpretar e aplicar de maneira adequada a Palavra de Deus, precisamos estar atentos ao que costumo chamar de os "sete pecados mortais" do estudo bíblico. Neste estudo vamos estar identificando estes "pecados" e descobrindo como podemos evitá-los.

1. O Texto por Pretexto
Quando eu era criança, nosso pastor sempre dava a seguinte bênção no final dos cultos: "Vigie o Senhor entre mim e ti, quando estivermos separados um do outro." Eu sempre achei que ele estava pedindo que Deus nos protegesse a ambos até o próximo domingo, e tenho certeza de que era esta a sua intenção. Foi somente há uns poucos anos que eu descobri que ele tirou este versículo totalmente fora do seu contexto. E as palavras não são tão amigáveis como podem parecer. Encontra-se em Gênesis 31, depois de Jacó e Labão terem tido uma calorosa discussão ao fazerem uma aliança. Labão não confiava inteiramente em Jacó e sabia que eles não iam continuar juntos. Por isso, ele pede ao senhor que fique de olho no seu genro para que ele não maltrate as suas duas filhas. Lido no seu contexto, o versículo é uma espécie de ameaça piedosa – dificilmente uma bênção.
Para evitar o texto por pretexto – tirar um versículo do seu contexto – precisamos entender que para um bom estudo bíblico é preciso mais do que simplesmente olhar para uma seqüência de versículos isolados. Jamais pensaríamos em ler um livro de história, um romance, como lemos a Bíblia – uma frase de um capítulo, outra de outro e assim por diante. Não faria sentido e perderíamos toda a trama da história! A Bíblia foi escrita como unidades literárias completas, como livros, cartas e poemas, para serem lidas do princípio ao fim.

2. Ser Muito Literal
Há alguns anos o especialista em seitas, Walter Martin estava dando uma palestra sobre Mormonismo. Alguns mórmons ficaram sabendo da palestra e resolveram participar. Mais ou menos na metade da reunião, um deles se levantou e começou a argumentar que Deus Pai tem um corpo físico como o nosso. Ele "provava" o seu ponto citando passagens bíblicas que falam do "braço direito", da "mão", dos "olhos" e de outras parte e órgãos físicos de Deus.
Martin pediu que a pessoa lesse em voz alta o Salmo 17.8: "Esconde-me à sombra das Tuas asas", e perguntou se isto queria dizer que Deus tinha penas e asas. "Mas, isto é apenas uma figura de linguagem", protestou o mórmon. "Exatamente!" replicou Martin.
Para evitarmos um tipo de literalismo rígido, precisamos entender que os autores bíblicos se comunicavam de maneiras muito variadas – por meio de metáforas, símiles e símbolos – através de uma variedade de gêneros literários, como a história, provérbios, parábolas, cartas, poemas e profecias. Precisamos identificar o tipo de linguagem e literatura que o autor está usando para podermos interpretar corretamente o seu significado. Se assumirmos, por exemplo, que um autor está falando literalmente quando está falando metaforicamente (o erro cometido pelo mórmon), vamos acabar num absurdo.

3. Ignorar o Ambiente Bíblico
A maioria dos leitores da Bíblia estão familiarizados com as famosas palavras de Cristo à igreja de Laodicéia: "Conheço a tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te de minha boca" (Ap 3.15-16). Como muitos cristãos ignoram o ambiente histórico e cultural desta passagem, eles entendem erradamente as palavras de Cristo.
Normalmente assumimos que "quente" significa espiritualmente vivo ou "no fogo" do Senhor, ao passo que "frio" significa espiritualmente morto ou contra Ele. Em outras palavras, Jesus preferiria que fôssemos a favor ou contra Ele, em vez de neutros. Mas, esta interpretação de "quente" e "frio" ignora totalmente o ambiente histórico e cultural desta passagem e, portanto, leva ao erro.
A cidade de Colossos, que ficava a menos de quinze quilômetros de Laodicéia, era conhecida pelas suas águas frias e refrescantes. A cidade de Hierápolis ao norte era famosa por suas benéficas fontes de água quente. Laodicéia tinha um aqueduto de nove quilômetros de extensão que trazia para a cidade tanto a água fria como a quente e, no momento em que as águas chegavam à cidade elas estavam mornas.
Assim, você pode ver como este conhecimento mudo radicalmente a maneira como interpretamos esta passagem. Jesus nunca iria querer que ninguém fosse espiritualmente morto ou contra Ele, e certamente não iria preferir esta condição a um cristianismo morno – mesmo que Ele deteste este último. Nesta passagem, tanto "frio" como "quente" são excelentes e benéficos, como um copo refrescante de água gelada ou um bom banho quente. Portanto, seja você "quente" ou "frio" Jesus ficará extremamente satisfeito. Só não seja morno!

4. Confiar em Traduções Falhas
O primeiro exemplo mencionado sobre a "Folha de Pedido de Oração Miraculosa" e a palavra tocando ilustra como uma tradução falha pode muitas vezes levar-nos ao erro.1 Outro caso a respeito envolve a passagem bastante popular sobre direção – Provérbios 3.5-6: "Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos e ele dirigirá as tuas veredas". A respeito desta passagem o Dr. Bruce Waltke escreve: Todos nós já sofremos a decepção de descobrir que um versículo que gostamos muito nas versões tradicionais não era muito preciso e que, por conseqüência, nos levou a passar por experiências não autênticas. Lembro-me do espanto de dos membros do comitê encarregado de traduzir o livro de Provérbios para a NIV quando descobriu que Provérbios 3.5 [-6] não tinha nada a dizer sobre direção. Ele havia escolhido como o seu lema de vida "reconhece-O em todos os teus caminhos e Ele endireitará as tuas veredas". Mas ao se confrontar com os dados lingüísticos ele teve de admitir com relutância que o versículo na verdade dizia: ". . . e Ele tornará suave as tuas veredas".2
A idéia de "suave" ou "reto" não tem nada a ver com direção, significando na verdade que o Senhor vai remover os obstáculos do nosso caminho e nos ajudar a atingir os Seus propósitos para nós.
Apesar de algumas traduções da Bíblia serem claramente melhores que outras, nenhuma é perfeita. Portanto, é de grande ajuda ler um texto em várias traduções. Quando fizer, preste muita atenção às diferenças em termos de palavras, gramática e estrutura da frase. Desta forma, você consegue obter uma melhor compreensão do que o escritor estava realmente querendo dizer.

5. Interpretação Pessoal
Você já não ouviu o verso jocoso "Maravilhosas coisas na Bíblia se vê. Coisas ali colocadas por mim e por você." É verdade que sempre somos tentados a ler nas Escrituras as nossas próprias idéias e os nossos próprios interesses, em vez daquilo que o escritor queria realmente comunicar. Por exemplo, desde o início da década de 50, certos cristãos têm usado com muita freqüência 3 João 2 para justificar a idéia de que Deus quer que todos os cristãos tenham prosperidade financeira e boa saúde física: "Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma" (Almeida – Revista e Atualizada no Brasil). O estudioso pentecostal Gordon Fee afirma que este versículo é simplesmente "a forma padrão de uma saudação pessoal nas cartas de antigamente." Portanto, "extrapolar os votos de João para Gaio para a prosperidade financeira e material de todos os cristãos de todas as épocas é totalmente fora do texto."3
Como podemos ter certeza de que entendemos o que o escritor queria dizer? Adquirimos essa confiança praticando os princípios descritos nos pontos 1 a 4 deste artigo – todos relacionados com descobrir a intenção do escritor: (1) leia as afirmações do escritor em todo o seu contexto em vez de somente os textos isolados, (2) seja sensível ao tipo de linguagem e literatura que o escritor está utilizando, (3) procure conhecer o fundo histórico e cultural do que o escritor está falando e (4) certifique-se de que a interpretação está sendo baseada sobre o que o escritor realmente disse em vez de sobre o que ele parece ter dito numa tradução pobre. Cada um destes princípios constitui um meio de evitar que a Bíblia diga o que queremos que ela diga em vez do que o escritor – em última análise o próprio Deus – quer nos comunicar.

6. Pensar Que Você Pode Fazer Tudo
Depois de dar início à Reforma Protestante, uma das primeiras coisas que Martinho Lutero fez foi traduzir a Bíblia para a língua do povo. Ele imaginava que qualquer pessoa da roça armado com as Escrituras era melhor do que todos os papas ou concílios ou credos da Europa. De fato, a Reforma reafirmava a verdade de que nós não temos de nos basear nos "especialistas" para entender a Palavra de Deus.
Mas, seria uma tolice levar isto ao extremo, ignorando as riquezas dos recursos com que Deus nos supriu. Nos dias de hoje existem mais ferramentas para estudo bíblicos disponíveis do que em qualquer outro tempo da história – ferramentas que podem tornar o seu estudo bíblico pessoal muito mais compensador e agradável. Toda biblioteca cristã deveria ter pelo menos o seguinte material: uma boa Bíblia de estudos e mais duas ou três traduções modernas, um comentário bíblico em um ou dois volumes, um Dicionário Bíblico e um Atlas Bíblico. Você poderia também considerar os muitos guias de estudos bíblicos excelentes existentes hoje em dia, tanto para o seu devocional pessoal como para estudos bíblicos em pequenos grupos.
Sendo o estudo bíblico um exercício tão bom para o espírito como para a mente, deveríamos nós também seguir o conselho de Paulo ao seu jovem discípulo Timóteo: "Reflita no que estou dizendo, pois o Senhor lhe dará entendimento em tudo (2 Tm 2.7). Note as duas metades deste versículo. Primeiro, Paulo exorta Timóteo a pensar no que ele disse. Estudar a Bíblia requer pensamento e reflexão, usando todas as ferramentas e recursos que Deus nos deu para entender a Sua Palavra.
Segundo, Paulo diz a Timóteo que é Deus quem dá o entendimento. Ele precisa revelar as áreas das nossas vidas que precisam ser transformadas pela Sua Palavra e pelo Seu Espírito. O salmista escreve: "Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei" (Sl 119.18). O Senhor é o único que pode nos fazer ver claramente , por isso não podemos nos atrever a estudar a Bíblia sem pedir a Sua ajuda.

7. Deixar de Aplicar o Que Você Aprendeu
Quando eu era um jovem cristão, havia um pastor no Texas que pensava que ter "a doutrina bíblica" na mente era o aspecto mais importante da vida cristã. Ele lecionava sobre os significados mais escondidos do "grego" e do "hebraico", expondo os pontos mais intrincados da teologia sistemática, e os seus alunos eram obrigados a anotar cada palavra. Infelizmente, toda aquela "doutrina" sempre ia do seu cérebro para os cadernos da congregação para serem cuidadosamente catalogados nas prateleiras da biblioteca dos alunos para se encher de pó.
Por favor, não me entenda mal. Eu penso que é de importância vital estudar a Bíblia e entender os seus ensinamentos e a sua "doutrina". Mas Deus não escreveu a Bíblia para encher os nossos cérebros, mas para transformar as nossas vidas. Quando fazemos do estudo bíblico um exercício meramente acadêmico, abortamos o propósito de mudança de vida que deveríamos experimentar na família, nos relacionamentos, na profissão, no ministério e no envolvimento na sociedade. Por esta razão, Tiago nos adverte: "Sejam praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos" (Tg 1.22). 
Quando ficamos sentados semana após semana, ouvindo os sermões, lendo livros cristãos e participando de seminários, estamos nos enganando a nós mesmos se pensarmos que estamos crescendo em Cristo apenas sendo expostos às escrituras.
Você pode, com muita aplicação, evitar os seis primeiros "pecados mortais" do estudo bíblico e ainda conhecer a Palavra de Deus somente na cabeça e não no coração. O ensino da Bíblia precisa ser filtrado para a sua vida para que haja um crescimento verdadeiro. Pergunte a si mesmo "Estou meramente enchendo a minha mente, ou estou realmente aplicando o que estou aprendendo?" A resposta honesta a esta pergunta pode ter um enorme impacto tanto no seu estudo da Bíblia como na sua caminhada com o Senhor.

Notas:
1.     Não estou sugerindo que a Palavra de Deus é falha ou nula. Eu creio na plena inspiração e na plena autoridade da Bíblia. Nem estou sugerindo que a Versão King James [ou qualquer outra versão ou tradução] é inteiramente defeituosa ou imperfeita. De muitas formas ela é uma excelente versão. Mas, há alguns lugares em todas as traduções onde os tradutores tomaram decisões não muito sábias quanto à fidelidade ao texto grego ou hebreu. Conseqüentemente, precisamos ter certeza de que a nossa interpretação de uma passagem específica está firmada numa tradução correta dessa passagem.
2.     Conforme citado por Garry Friesen, Decision Making & the Will of God (Portland, Ore.: Multnomah Press, 1980), p. 99.
3.     Conforme citado por Bruce Barron, The Health and Wealth Gospel (Downers Grove, Ill.: InterVarsity Press, 1987), p. 92.



 Tirado de um Livro, não é da autoria do dono do Blog 

HOMILÉTICA, SUA IMPORTÂNCIA, DEFINIÇÃO E ORIGEM

SUA IMPORTÂNCIA

A homilética é uma das matérias de suma importância dentro da grade do curso teológico, tendo em vista que a mesma trata exatamente de como compor e expor com eficiência um sermão bíblico. É através desta ferramenta, que o estudante aprenderá a desenvolver seus sermões de forma que proporcione melhor compreensão aos seus ouvintes; facilite sua comunicação e expressão; receba orientação de um modo geral sobre a arte de pregar e aprenda a fazer uma auto-critica de sua atuação.
Sendo a HOMILÉTICA a "Arte de Pregar", deve ser considerada a mais nobre tarefa existente na terra. O próprio Jesus Cristo em Lucas 16 : 16 disse: Ide pregai o evangelho...


DEFINIÇÃO DE HOMILÉTICA
O termo (homilética) deriva do substantivo grego "homilia", que significa literalmente "associação", "companhia", e do verbo homileo, que significa "falar", "conversar". O Novo Testamento emprega o substantivo homilia em 1 Coríntios 15.33 ...as más conversações corrompem os bons costumes.
Segundo o dicionário Aurélio, homilética é a arte de preparar sermões religiosos.

É arte, quando considerada em seus aspectos estéticos (a beleza do conteúdo e da forma); é ciência, quando considerada sob o ponto de vista de seus fundamentos teóricos (históricos, psicológicos e sociais); e é técnica, quando considerada pelo modo específico de sua execução ou ensino."

Ainda podemos dizer que homilética é: a arte de preparar e expor sermão religioso. Em suma, é a arte de ordenar as idéias do pregador para que elas sejam entendidas pelos ouvintes.

A ORIGEM DA HOMILÉTICA
O termo "homilética" surgiu durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII, quando as principais disciplinas teológicas receberam nomes gregos, como, por exemplo, dogmática, apologética e hermenêutica.
A arte de falar em publico nasceu na Grécia antiga com o nome de retórica. O Cristianismo passou a usar essa “arte” como meio da pregação evangélica com o nome de oratória sacra, que no século XVII passou a ser chamada nos meios acadêmicos de Homilética.
A Homilética propriamente surgiu, como discurso religioso, quando os pregadores cristãos começaram a estruturar suas mensagens segundo as técnicas da retórica Grega e da oratória romana. Despontou-se no século IV AD, com os pregadores Gregos, Basílio e Crisóstomo e com os latinos Ambrósio e Agostinho.


Pr.Aparecido Araújo

O Milagre da Pregação


Homilética

 O Milagre da Pregação

"Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo." (Pv. 25.11)
 

A pregação bíblica é um milagre duplo. O primeiro milagre é Deus usar um homem imperfeito, pecador e cheio de defeitos para transmitir a perfeita e infalível Palavra de Deus. Trata-se de um Ser perfeito usando um ser imperfeito como seu porta-voz. Só um milagre pode tornar isso possível. O segundo milagre é Deus fazer com que os ouvintes aceitem o porta-voz imperfeito, escutem a mensagem por intermédio do pecador e finalmente sejam transformados por essa mensagem. Esse é o grande milagre da pregação!

Ao estudar sobre as técnicas da boa pregação, algo deve ser dito: as técnicas são indispensáveis, até porque foram pesquisadas em diversos autores considerados especialistas no assunto e são comprovadas pela experiência de pregadores bem-sucedidos. Contudo, uma coisa precisa ficar muito clara: todas as técnicas reunidas e colocadas em prática não fazem de alguém um pregador. Para ser um bom pregador é preciso ter técnica e algo mais. Esse algo mais é o milagre do Espírito Santo.
Aos quarenta anos de idade, Moisés conhecia todas as técnicas dos mais variados ramos do conhecimento humano, inclusive a arte de falar em público em diferentes línguas. Anos depois, quando Deus o desafiou a tornar-se pregador, o erudito Moisés respondeu: "Ah! Senhor! Eu nunca fui eloqüente..." (Êx 4.10). Faltava a Moisés algo mais: o milagre! Foi esse milagre que Deus lhe ofereceu quando disse: "Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca, e te ensinarei o que hás de falar" (4.12). Mesmo com relutância, Moisés aceitou o milagre e tornou-se pregador e líder.
Ao contemplar a santidade de Deus, Isaías sentiu-se um inútil pecador e exclamou: "Ai de mim... porque sou homem de lábios impuros" (Is 6.5). Ele sentiu que seus lábios impuros o desqualificavam para qualquer contato com a Divindade, principalmente para ser-lhe um porta-voz. Faltava a Isaías um milagre. Finalmente, um anjo tocou-lhe os lábios com a brasa viva do altar de Deus, e, só após esse milagre, Isaías sentiu-se em condições de ser um porta-voz de Deus e aceitou o desafio: "Eis-me aqui, envia-me a mim" (6.8) da mesma forma, o pregador de hoje também é homem de impuros lábios, mas que, tocado pela brasa viva do altar, pode tornar-se um porta-voz de Deus e ser usado no milagre da pregação.
Por incrível que pareça, é essa mistura do humano com o divino que dá poder à pregação. Segundo Phillips Brooks, a pregação é a "apresentação da verdade através da personalidade", e foi Deus quem escolheu essa combinação da verdade perfeita com a personalidade imperfeita para dar poder à pregação. Em outras palavras, o pregador usa as características de sua personalidade, como conhecimento, habilidade, voz, pensamento, e a sua vida para transmitir a verdade divina, e essa união do divino com o humano tem o poder de alcançar outros seres humanos e transformá-los.
Isto é pregação: um poderoso milagre de Deus, o infinito fluindo por via finita, o perfeito chegando até nós por meio do imperfeito, a santidade sendo transmitida através de pecadores, e isso tem o poder de transformar outros pecadores.
Com essa visão da pregação como um milagre de Deus, passemos a considerar os elementos técnicos e estratégicos que Deus deseja utilizar nessa mistura do humano com o divino, ou seja, os recursos da personalidade para transmitir a verdade.
 
 
Tirado do livro “A arte de Pregar”
autor Robson Moura Marinho

Características de um bom sermão
O sermão é caracterizado como um bom sermão não pela sua extensão e nem mesmo pelas virtudes do pregador, sejam intelectuais ou morais, mas pela qualidade do sermão:

1. UNÇÃO
Todo sermão deve ter inspiração divina. Um sermão sem unção, ainda que tenha uma excelente estrutura, não apresentará poder para conversão, consolação e edificação.
Devemos lembrar que ao transmitir um sermão não estamos transmitindo conhecimento humano mas a Palavra de Deus e esta é a única que penetra até a divisão da Alma e Espírito, portanto é fundamental a unção.

2. FIDELIDADE TEXTUAL
Fidelidade textual é importante, visto que os ouvintes estão atentos ao texto de referência ou ao tema escolhido. Há muitos pregadores que tomam um texto como referência e depois esquecem dele.

3. UNIDADE
Todo sermão tem um objetivo a ser alcançado. O seu conteúdo deve convergir para um único alvo.
"Há sermões que são uma colcha de retalho, uma verdadeira miscelânea de assuntos, idéias e ensinos".

4. FINAL
Tudo tem um começo e um final. O Pregador deve ter em mente que o ouvinte está se alimentando espiritualmente.
Um sermão bem terminado será muito produtivo a ponto de despertar o desejo de querer ouvir mais.

HOMILÉTICA-DOZE REGRAS PARA UM BOM SERMÃO


HOMILÉTICA-DOZE REGRAS PARA UM BOM SERMÃO
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1. Prepare bem o seu sermão, decida fazer o melhor.

2. Tente achar uma boa introdução: adequada, criativa, interessante.
  
3. Formule para você mesmo o objetivo do sermão: tenha certeza da direção que precisa apontar aos ouvintes.

4. Afaste tudo que poderia desviar os pensamentos dos seus ouvintes para uma trilha secundária.

5. Organize sua mensagem: tome todas as precauções para não ficar repetitivo, inseguro, perdido em meio às idéias.

6. Use uma linguagem viva e simples.

7. Use ilustrações e exemplos práticos em quantidade suficiente.

8. Diga “eu”.  Não adquira o hábito de referir-se a você como “nós”, isto já está totalmente ultrapassado.

9. Seja você mesmo.  Não queira imitar outros pregadores.

10. Mostre humildade e apreço pelos ouvintes.

11. Fale ao coração dos seus ouvintes.

12. Sempre dê aos ouvintes algo que eles possam colocar em prática.