Postagens populares

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Por que Sofrem os Justos?


David Wilkerson
            Um médico amigo, muito querido, contou-me certa vez como Deus o matriculou na "escola da simpatia". Ele quase já não era capaz de colocar-se no lugar das pessoas que se queixavam de dor. Isto é, tinha pouca empatia com elas. Em realidade, de tanto verem e ouvirem referências à dor, amiúde os médicos se tornam como que imunes a ela. Ele não conseguia entender por que os pacientes com cálculos renais, por exemplo, gritavam de dor. Dizia: "A coisa não deve ser assim tão ruim — elas devem estar fingindo um pouco — talvez para conseguir medicação. Como poderia alguém sofrer tanto assim?" Até que um dia acordou com pedras nos rins! A dor era exatamente como diziam; ele necessitava de medicação para poder suportá-la. Era terrível! Hoje meu amigo médico tem verdadeira empatia com a dor dos seus pacientes.
         Leio algumas das cartas que minha esposa Gwen recebe de mulheres que sofreram mastectomias (ablação do seio) ou que fazem exames gerais por causa de tumor no seio. Sabem que Gwen sofreu cinco operações de câncer — sua mastectomia ocorreu por volta de 1980. Elas clamam por simpatia e esperança. Gwen guarda algumas dessas cartas como se fossem um tesouro. Para ela, essas mulheres aflitas são como estudantes do sofrimento — há longo tempo que ela freqüenta a "escola da empatia de Deus". Passou por sofrimento e dor, e agora pode oferecer consolo, esperança e força. Gwen conhece a agonia de acordar com ataduras e sentir-se desfigurada.
         Existe uma escola de empatia do Espírito Santo; nela estão matriculados santos que foram provados, que passaram por grande sofrimento. Foram atirados de um lado para outro, tentados, provados, maltratados. A Bíblia fala de uma "comunhão dos seus sofrimentos (sofrimentos de Cristo)" (Filipenses 3:10). É uma comunhão de sofrimentos compartilhados: provações profundas, misteriosas, inimagináveis. Jesus é o fundador desta escola e determinou o currículo. Ele provou que é possível passar por tudo isso, suportá-lo e diplomar-se como vencedor. Não recebemos nosso diploma até que nós, também, sejamos glorificados!
         Jesus sofreu angústia mental e física — foi rejeitado, escarnecido, suspeitaram dele, foi submetido a abusos físicos, riram-se dele. Sabia o que era ser solitário, faminto, pobre, odiado, caluniado; e também o que era sofrer vexame, e ser alvo de piadas. Ele foi chamado de mentiroso, disseram que sua vida era uma fraude, um falso profeta. Foi humilhado; sua própria família o interpretou mal; seus amigos de maior confiança perderam a fé nele; seus próprios discípulos o abandonaram e fugiram; um deles até chegou a negar que o conhecia. Finalmente, cuspiram nele, escarneceram-no, e o assassinaram! "Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado, que o Cristo havia de padecer" (Atos 3:18). Jesus simpatiza com todas as nossas mágoas e sofrimentos porque ele próprio passou por tudo isso: "Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Hebreus 4:15).
         Meu objetivo na transmissão desta mensagem é advertir o leitor a não deixar-se afligir pela dificuldade e sofrimento em sua própria vida, ou por aquilo que vê na vida de muitas pessoas piedosas que vivem ao seu redor. Talvez você ame a Jesus agora mais do que antes, e não entende por que está passando por provações e mágoas. Mas pode estar bem seguro de que Deus tem um propósito divino por trás de cada provação, por trás de cada sofrimento que você esteja enfrentando neste exato momento!
         Paulo preocupava-se muito em que os cristãos não ficassem perturbados pelo sofrimento que viam na própria vida do Apóstolo. Sabia que sua vida era um espetáculo público, um aquário! Os judeus acreditavam que se Deus se agradasse de uma pessoa, ela seria sempre abençoada e nunca sofreria. Paulo não queria que os convertidos ficassem confusos ao ver todos aqueles problemas que se aglomeravam em torno dele. Poucos homens sofreram mais do que Paulo. Lembre-se do que Ananias profetizou a respeito de Paulo imediatamente após a sua conversão: "Este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, os reis e os filhos de Israel. E eu lhe mostrarei o quanto deve padecer pelo meu nome" (Atos 9:15,16).
         As notícias dos grandes sofrimentos de Paulo divulgaram-se por todas as igrejas. Muitos convertidos e os mestres judaizantes ainda mantinham as tradições dos judeus, segundo as quais todo sofrimento é sinal do desagrado de Deus. Deste modo Paulo envia Timóteo à igreja de Tessalônica, dizendo: "Para que ninguém seja abalado por estas tribulações. Vós mesmos sabeis que para isto fomos destinados. Com efeito, estando ainda convosco, predissemos que íamos ser afligidos, como sucedeu, e vós o sabeis" (1 Tessalonicenses 3:3-4). Também ele diz aos efésios: "Portanto peço-vos que não desfaleçais" (Efésios 3:13).


A Bíblia avisa-nos com antecedência que os piedosos em Cristo sofrerão.
         Não deveríamos ficar surpresos quando sofremos. Não me importa se algum mestre, ou pastor, ou evangelista lhe tenha dito que os santos que confiam, se tiverem fé correta não têm de sofrer. A Palavra de Deus diz o contrário. O próprio Jesus disse: "No mundo tereis aflições" (João 16:33). A palavra aqui traduzida por aflições é a palavra grega thlipsis, que significa "tribulação", "angústia", "cargas", "perseguição", "perturbação". Jesus preveniu-nos de que nos últimos dias sobrevirão sobre nós grandes dificuldades. "Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão. Sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome" (Mateus 24:9). Ouço tantos disparates em pregações, como por exemplo: os Estados Unidos estão voltando para Deus porque é a nação que está evangelizando o mundo — ou que é a nação que sustenta a Israel. Minha Bíblia diz que todas as nações perseguirão os verdadeiros crentes; todas as nações trarão tribulações sobre os que amam a Jesus. Paulo disse às igrejas: "Continuamos a adverti-los com antecedência de que vamos sofrer perseguição."
         Jesus preveniu-nos de que se aproximava uma onda de perseguição, sofrimento e tribulação até à morte. Algumas pessoas dizem que isto não pode acontecer nos Estados Unidos, mas hoje os homossexuais têm direitos garantidos pela Constituição de praticar seu pecado; 500.000 marcharam pelas ruas de Nova York! Não poderia acontecer — não obstante, o Congresso vai aprovar leis contra a exposição dos portadores de AIDS, a primeira enfermidade (praga) protegida por leis de privatividade com cobertura constitucional!
         Paulo andou por toda a parte advertindo os crentes de que eles experimentariam sofrimentos pessoais, "confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé, dizendo que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus" (Atos 14:22). Outra vez, a palavra grega que Paulo emprega aqui para "tributação" é a mesma que Jesus empregou acima, significando "angústia", "cargas", "perseguições" e "aflições". Paulo disse: "E na verdade todos os que desejam viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições" (2 Timóteo 3:12). Os piedosos entrarão no reino, não sem sofrimento, sem doença, sem dor. Pelo contrário, entrarão através de muita angústia, muita perseguição, muitas opressões, e muitas aflições! Aos Tessalonicenses Paulo escreveu: "De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas perseguições e aflições que suportais" (2 Tessalonicenses 1:4).
         Jesus adverte acerca de certo tipo de crente que tropeça e cai quando surge dificuldade. "Porém o que foi semeado em terreno pedregoso é o que ouve a palavra, e a recebe imediatamente, com alegria. Mas não tem raíz em si mesmo, antes é de pouca duração. Chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza" (Mateus 13:20-21). Este é o cristão transigente, que de repente é exposto à verdadeira Palavra de Deus. Num certo instante ele é despertado possuindo uma nova alegria. Diz, então: "Foi justamente isto que andei buscando! Está transformando minha vida. É maravilhoso!" E vai por toda a parte, como um caxeiro viajante proclamando esta nova verdade, dizendo a todos: "Vocês devem vir comigo — em minha igreja anunciam a verdade!"
         Ele parece estar feliz e crescendo, mas há um coração duro, empedernido, que ainda não foi quebrantado. Então Deus permite que venham angústia, dor, sofrimento, mágoa e rejeição, e isso ele não pode entender! Acontecimentos assim não estavam em seus cálculos. Ele diz: "Tenho tentado, tenho orado — tenho lido a Bíblia — já não sou o que eu era. Então, por que tudo isto está acontecendo a mim?" A Palavra de Deus está operando nele, mas fica impaciente. A palavra da verdade o escandaliza. Ele vê pessoas piedosas sofrendo e isso não lhe parece direito. Assim ele tropeça no problema — entrega os pontos — e cai!
         Membros da igreja de Times Square têm vindo a mim, depois de ouvirem dizer que Gwen esteve terrivelmente enferma por quase três semanas, e me dizem: "Irmão David, não entendo — ela é tão meiga e atenciosa — não vive em pecado. Por que estará sofrendo tanto?"
         Faith, irmã de minha secretária, deu seus últimos vinte e cinco anos ajudando as crianças do gueto. Ela era uma discípula de Jesus Cristo, piedosa, atenciosa, humilde, que fazia tudo quanto ele lhe ordenava fazer. Faleceu há pouco tempo, consumida por câncer nos ossos. Enquanto eu orava por ela, pouco antes de sua morte, senti Jesus tomá-la pela mão direita e conduzi-la a pastagens tranqüilas, verdejantes.
         Alguns ficam escandalizados, confusos. Mas Davi disse: "Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos" (Salmo 116:15). "Preciosa", na língua hebraica, significa "valiosa", "necessária". Significa que ele necessita deles — que a morte deles é necessária ao propósito divino eterno. Paulo disse com intrepidez: "para que agora e sempre, Cristo seja engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte... o morrer é lucro" (Filipenses 1:20,21). Ele prossegue, e diz: "sem serdes intimidados pelos adversários. Isso para eles, na verdade, é sinal de destruição, mas para vós de salvação" (Filipenses 1:28). O que ele está dizendo é que o sofrimento, ou até mesmo a morte de uma alma piedosa, para o mundo é um sinal de perda, de ruína, ou de desastre — mas para os que conhecem a Deus é total livramento, pela vida ou pela morte.
         Está-se dizendo aos cristãos que não é da vontade de Deus que os crentes sofram, mas o que foi que os apóstolos pregaram? Pedro disse: "Portanto, também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem as suas almas ao fiel Criador, fazendo o bem" (1 Pedro 4:19). "Porque também Cristo padeceu por vós, deixando-vos o exemplo, para que sigais as suas pisadas" (1 Pedro 2:21). O que Pedro diz é o seguinte: "Basta que vocês saibam que Deus é fiel, que ele não permitirá que vocês sofram mais do que podem, dará uma via de escape, de modo que possam suportar o sofrimento." Encomende a ele a guarda de seu corpo e de sua alma!


Os apóstolos não pregaram o tipo de evangelho indolor que está sendo pregado hoje.
         "E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá" (1 Pedro 5:10). "Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse. Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis." (1 Pedro 4:12-13). Paulo disse que por causa dele (Jesus), "sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo" (Filipenses 3:8).
         Sofrem os cristãos? Não era Paulo um homem piedoso? Ouça o que ele diz: "Em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de assaltantes, em perigos entre patrícios, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, há o que diariamente pesa sobre mim, o cuidado de todas as igrejas" (2 Coríntios 11:23-28). Através de toda a sua dor e sofrimento, Paulo podia dizer triunfante: "Para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada" (Romanos 8:18).


O propósito do sofrimento é produzir consoladores para o corpo de Cristo.
         Através da escola do sofrimento, Deus está treinando simpatizantes que foram provados no fogo e se comprovaram fiéis a ele. Deus vê as grandes tribulações que a igreja tem pela frente: sofrimentos incríveis além do que se possa descrever, grande e aflitiva perseguição. E ele não vai ser apanhado de surpresa sem testemunhas provadas e verdadeiras nestes últimos tempos.
         Talvez algum leitor não saiba ou não entenda por que tem passado por provações tão profundas. A situação chegou a ser tão difícil que você quase desistiu. Mas o Consolador veio e firmou seus passos! Você esteve na escola da empatia tendo o Espírito Santo por mestre, porque Deus tem um ministério de consolo para você exercer. Foram-lhe ensinadas — talvez ainda lhe estejam sendo ensinadas — grandes lições. Tudo para que você possa trazer esperança e consolação a outros que estão começando a entrar por este mesmo fogo.
         Sabemos que o Espírito Santo é nosso Consolador. Mas por que ele vem a nós em nossa tristeza profunda? Por que ele fortalece, ajuda, e eleva nosso espírito? "para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Pois como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo" (2 Coríntios 1:4-5). Paulo deixa claro que a alguns é permitido suportar muita aflição, não apenas para seu próprio aprendizado, mas para beneficiar e ensinar a outros. "Se somos atribulados é para vossa consolação e salvação... a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos... sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação" (2 Coríntios 1:6-7). Quem há entre nós que possa olhar para o que uma pessoa enfrenta e dizer: "Isto confortará, abençoará e salvará a outros que passarão pela mesma situação?" É tão difícil crer e aceitar, mas a Palavra de Deus declara: "a tribulação produz perseverança" (Romanos 5:3).
         Hoje a igreja deve contar com pessoas que não foram ofendidas ou destruídas por seus próprios sofrimentos, pessoas que não estão desanimadas, abatidas, cheias de dúvidas, mas apegando-se ao amor de Deus, provando que ele é fiel em todas as coisas — pacientes, resistentes, fortes na fé. Elas devem servir de exemplo aos fracos, ser uma fonte de verdadeiro conforto e consolação. É tão fácil para os que não têm sofrido proferir palavras sem significado, vazias, procurando com elas dar conselho. Mas a não ser que eles tenham morrido para o eu, morrido para a sabedoria humana, morrido para doutrinas não provadas, não podem produzir vida. De outro modo não teriam verdadeiro conforto ou esperança a oferecer.


Você deve decidir se permitirá que seus sofrimentos o preparem e fortaleçam, ou o destruam.
         E já vos esquecestes da exortação que vos admoesta como filhos: "Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele fores repreendido, porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo o que recebe por filho. É para disciplina que suportais a correção; Deus vos trata como a filhos. Pois que filho há a quem o pai não corrige? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além disto, tivemos nossos pais segundo a carne, os quais nos corrigiam, e os respeitávamos. Não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, e viveremos? Aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. Na verdade, nenhuma correção parece no momento ser motivo de gozo, mas de tristeza. Contudo, depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ela têm sido exercitados. Portanto, levantai as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que é manco não se desvie inteiramente, antes seja curado. Segui a paz com todos, e a santificação; sem a santificação ninguém verá o Senhor. Tende cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem" (Hebreus 12:5-15).
         Tudo compete a você: ou você permite que seu sofrimento se torne uma escola de empatia para ajudar a outros — ou ele se tornará uma escola de morte que destruirá a você e contaminará a muitos outros que recorreram a você. Algumas pessoas que lêem estas palavras podem estar agora suportando grandes sofrimentos, creia que é porque você está sendo disciplinado pelo Senhor. Ele o está corrigindo com grande amor, tentando abrandar seu coração para produzir a santidade divina em você — quebrar sua vontade obstinada. Mas ainda que seu sofrimento seja resultado de disciplina, Deus diz que é para seu aproveitamento, e depois produzirá o fruto pacífico de justiça se você estiver disposto a ser treinado por ele.
         Se uma raiz de amargura brotar, ela destruirá e contaminará. Há, porém, um meio de arrancar esta raiz, de deter a contaminação: encoraje-se no Senhor. "Levantai as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que é manco não se desvie inteiramente, antes seja curado" (Hebreus 12:12-13). Este é um chamado para que você desperte, livre-se da apatia, volte a servir a Deus e nele confiar, que prossiga em linha reta e seja curado — do contrário se instalará a apostasia total. Livre-se de todo pensamento de desestímulo. Traga em cativeiro todo pensamento que vise abrandar sua total obediência ao Senhor.
         Não é a aflição ou o sofrimento em si mesmo que nos ensina. Muitas pessoas boas nada têm aprendido em suas dificuldades. Algumas têm até perdido terreno com Deus. Antes, é o sofrimento entendido e a aflição aceita como procedentes da mão do Senhor. A mente natural irrita-se e fica deprimida por qualquer tipo de sofrimento e aflição. Assim, a menos que entendamos que Deus o permite e tem um propósito de treinamento nisso tudo, o sofrimento e a aflição só impedirão o crescimento espiritual. Davi disse: "No dia da minha angústia busquei o Senhor" (Salmo 77:2). Essa é a finalidade: separar-nos do amor deste mundo e levar-nos a Jesus para receber ajuda. Davi disse também: "Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a tua palavra" (Salmo 119:67). Deus conhece a você e a mim! Ele permite que nos venham aflições, dizendo: "Você é o tipo de pessoa que se esquece de mim quando os tempos são favoráveis. Negligencia-me quando tudo vai bem. Eu o amo demais para perdê-lo para o diabo. Eu o despertarei por meio da aflição, para lembrar-lhe como a vida é breve, e fazer que você dependa de mim."
         Deixe-me dar-lhe alguns bons argumentos para usá-los contra o diabo:
1) Cristo sofreu imensamente na carne — e ele era perfeito!
2) Paulo e todos os nossos pais da igreja sofreram grandes aflições — e Deus os amava sobremaneira.
3) Em vez de o sofrimento ser sinal do desagrado de Deus, é um sinal de que você é filho — a quem ele ama, e disciplina!
4) Toda aflição tem em mira meu benefício e crescimento espirituais, e serve para equipar-me com a simpatia que outros precisarão quando se acharem em necessidade.
5) A situação pode ser aflitiva e dolorosa — posso chorar e sentir dor — mas depois, se eu apreendê-la, produzirá o fruto da santidade.


Deus prometeu-nos um dia de livramento de todas as nossas aflições!
         "Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas" (Salmo 34:19). A palavra hebraica aqui traduzida por "aflições" é ra, que significa "mal", "calamidade", "angústia", "dano", "tristeza", "tribulação", "perversidade". Isso cobre praticamente tudo quanto poderia acontecer a um ser humano! Essas aflições são muitas — e são para os justos! É a Palavra de Deus. "Os justos clamam, e o Senhor os ouve; livra-os de todas as suas angústias" (Salmo 34:17). "Livrar" aqui significa "arrebatar", "puxar para fora", "resgatar".


Deus livra quando sua vontade é realizada.
         Como é que o Senhor livra os que clamam a ele? É certo que ninguém duvida de que Deus pode deter todo nosso sofrimento, toda nossa dor, toda nossa aflição, apenas proferindo uma palavra. Ele poderia enviar uma legião de anjos, um exército dos céus. Sabemos que já há um anjo acampado ao redor de cada um de nós que cremos. Mas um Deus todo-sábio não nos deixaria sozinhos na fornalha, caminharia conosco, e sentiria pesar se nós o deixássemos. Ele não nos abandonaria antes de realizar a sua vontade. Do contrário, tudo teria sido em vão. Ele não nos poupa por nosso choro. Paulo fala de sermos "entregues à morte", de sorte que possa surgir a vida. "E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal" (2 Coríntios 4:11).
         É aqui onde temos confundido o significado de livramento: nem sempre somos libertados pelo afrouxar do sofrimento, mas às vezes por sua intensificação, de sorte que Deus possa apressar nossa libertação através de nossa morte frente a este mundo. Somos libertos quando morremos para a carne! Você clamou a Deus por livramento? A tribulação aumentou em vez de diminuir? As coisas estão piorando, e não melhorando? Regozije-se! Você está prestes a ser entregue à morte! Está pronto a perder toda a sua luta, próximo de morrer para a sua vontade.
         O livramento não se efetua através da resignação, mas mediante a ressurreição. Davi disse: "Em ti confiaram nossos pais; confiaram e tu os livraste" (Salmo 22:4). Ele está falando aqui de Israel junto ao mar Vermelho, com o exército de Faraó vindo atrás deles. Como foi que Deus os livrou? Suprimindo o problema? Não, enquanto eles não entraram no mar Vermelho não houve livramento! Este é um tipo de morrer para o mundo.
         Jesus tornou-se nosso libertador ao ser primeiro entregue à morte. "Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele ; todas as coisas?" (Romanos 8:32). Não constitui bom testemunho poder dizer: "Deus me deu fé especial - falei a Palavra — e todas as minhas aflições e sofrimentos tiveram um paradeiro! Louvado seja Deus porque estou livre de toda dor e aflição!" É melhor poder dizer: "Não importa o que está pela frente — não importa qual a provação ou aflição — Deus tem-se mostrado fiel. Da morte ele' produziu vida. Nenhuma dessas aflições pode mudar-me agora. Ainda que ele me mate, nele esperarei."




23 Fatos Notáveis sobre C.H. Spurgeon

23 Fatos Notáveis sobre C.H. Spurgeon
por
Pastor Larry Newcomer

1. CHS leu o Progresso do Peregrino aos seis anos de idade e o releu 100 vezes após isso. 
2. A coleção impressa de seus sermões (63 volumes) tem tantas palavras quanto a Enciclopédia Britânica, todavia, ele pregou suas 140 palavras por minuto à partir de uma única folha de anotações, preparada na noite anterior. 
3. Uma mulher foi convertida lendo uma simples página de um sermão de Spurgeon que ela encontrou enrolada ao redor da manteiga que ela tinha comprado. 
4. Antes dos 20 anos de idade, CHS pregou 600 vezes.
5. Aos 19 anos de idade, a Igreja de New Park Street o convidou para um teste de seis meses. Eu aceitaria somente um teste de três meses pois, “Eu não queria me tornar um obstáculo”. Quando ele chegou, em 1854, a congregação tinha 232 membros. Trinta e oito anos depois o total era de 5.317 com outros 9.149 que tinham sido membros (mudanças, mortes, etc.). 
6. CHS disse dos políticos: “Eu tenho ouvido, ‘Não traga a religião para a política’. É precisamente para este lugar que ela deveria ser trazida e colocada ali na frente de todos os homens como um candelabro”. 
7. CHS certa vez se dirigiu a uma audiência de 23.654 pessoas sem, é claro, um microfone ou uma amplificação mecânica.
8. Um dia, para testar a acústica de um salão onde ele iria falar, ele falou em alta voz — “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Um trabalhador nas vigas ouviu e foi convertido.
9. A mulher de Spurgeon, Susannah, o chamava, “Sua Excelência”.
10. CHS falava tão fortemente contra a escravidão que os seus publicadores Americanos editavam os seus sermões.
11. CHS recusou ser ordenado e recusou o título, “Reverendo”. (Todavia, ele fundou um colégio de pastores).
12. CHS entrevistou pessoalmente todos os membros candidatos na determinação de estar seguro da genuinidade da sua conversão. 14,000/38=368 por ano. (Veja #5 acima).
13. Ele nunca disse à sua congregação em quem votar — mas ele denunciava os candidatos por nome desde o púlpito — e ele distribuía folhetos durante a semana para os oficiais que estavam querendo saber quem ele favorecia. 
14. A cada Natal CHS dava presentes individuais aos órfãos dos orfanatos que ele tinha fundado, mesmo quando o número aumentou para aproximadamente mil. 
15. CHS lia quase um livro por dia em média. Ele frequentemente confessava estar ciente de oito grupos (séries) de pensamentos identificáveis em sua mente ao mesmo tempo.
16. Concernente aos orfanatos como obra social, CHS declarou: “O socialismo é somente palavras e teoria. Nós cuidamos tanto dos corpos como das almas dos pobres e tentamos mostrar nosso amor à Verdade de Deus pelo amor verdadeiro”.
17. O colégio de pregadores de Spurgeon fornecia educação geral assim como educação teológica. Não havia taxas fixas. 
18. O diretor do colégio, George Rogers, era um pedobatista, mostrando a tolerância e magnanimidade de Spurgeon — mas todos na faculdade tinham que “ensinar as Doutrinas da Graça com dogmatismo, entusiasmo e clareza”.
19. CHS, pelas melhores estimativas disponíveis, foi o instrumento direto e pessoal de Deus de aproximadamente 12.000 conversões.
20. O colégio, diretamente através dos esforços de Spurgeon de propagação com base em sua estimativa de doações, enviou homens resultando na plantação de mais de 200 igrejas. 
21. O primeiro livro publicado pela Moody Press foi o All Of Grace [Tudo pela Graça] de Spurgeon. Ele ainda é o best-seller número #1 deles. 
22. CHS certa vez pregou uma mensagem sonhando, a qual sua esposa, que estava acordada, registrou em papel. Ele a pregou na manhã seguinte. 
23. Havia oração contínua para a obra do Tabernáculo Metropolitano no porão do mesmo.