A Bíblia como o Palavra de Deus
Em resumo, notam-se na
Bíblia duas coisas: o Livro e a Mensagem. No capítulo anterior, estudamos a
Bíblia como livro; agora a estudaremos como a palavra ou mensagem de Deus.
O estudo da Bíblia tem por finalidade precípua o conhecimento de Deus. Isso é
visto desde o primeiro versículo dela, do qual se nota que tudo tem o seu
centro em Deus. Portanto, a causa motivante de ensinar a Bíblia aos outros deve
ser a de levá-los a conhecer a Deus. Se chegarmos
a conhecer o Livro e falharmos em conhecer a Deus, erramos no nosso propósito,
e também o propósito de Deus por meio do seu Livro seria baldado.
Que as Escrituras são de
origem divina é assunto resolvido. Deus, na sua palavra, é testemunha
concernente-mente a si mesmo. Quem tem o Espírito de Deus deposita toda a
confiança nela como a Palavra de Deus, sem exigir provas nem argumentos.
Portanto, sob o ponto de vista legal, a Bíblia não pode estar sujeita a provas
e argumentos. Apresentamos algumas provas da Bíblia como a Palavra de Deus, não
para crermos que ela é divina, mas porque cremos que ela é divina. É
satisfação para nós, crentes na Bíblia, podermos apresentar evidências externas
daquilo que cremos internamente, no coração.
O presente século é
caracterizado por ceticismo, racio-nalismo, materialismo e outros
"ismos" sem conta. A Bíblia, em meio a tais sistemas, sempre sofre
grandes ameaças. Até há pouco tempo, a luta do Diabo visava destruir o próprio
Livro, mas vendo que não conseguia isso, mudou de tática e agora procura
perverter a mensagem do Livro. Seitas e doutrinas falsas proliferam por toda
parte coadjuvadas pelo fanatismo e ignorância prevalecentes em muitos lugares.
Nossa crença na Bíblia deve ser convicta, sólida e fundamental; não deve ser
jamais um eco ou reflexo dos outros. Se alguém lhe perguntar, leitor:
"Por que você crê que a Bíblia é a Palavra de Deus?" - saberá você
responder adequadamente? Muitos crentes têm sua crença na Bíblia desde a
infância, através dos pais, etc, mas nunca fizeram um estudo profundo e
acurado para verificarem a realidade da origem divina da Bíblia. Apresentamos agora algumas provas da origem divina da
Bíblia, as quais evidenciam esse Livro como a Palavra de Deus.
I. A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA (1ª prova)
O que diferencia a Bíblia
de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina (Jó 32.8; 2 Tm
3.16; 2 Pe 1.21). É devido à inspiração divina que ela é chamada a Palavra de Deus. (Ver 2 Timóteo 3.16 no original.)
- Que vem a ser "inspiração divina"? - Para melhor compreensão,
vejamos primeiro o que é inspiração. No sentido fisiológico, é a
inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela inspiração do ar que temos
fôlego para falar. Daí o ditado "Falar é fôlego". Quando estamos
falando, o ar é expelido dos pulmões: é o que chamamos de expiração. Pois
bem, Deus, para falar a sua Palavra através dos escritores da Bíblia, inspirou
neles o seu Espírito! Portanto, inspiração divina é a
influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro, sobre os
escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina
sem mistura de erro.
A própria Bíblia
reivindica a si a inspiração de Deus, pois a expressão "Assim diz o
Senhor", como carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes
nos seus 66 livros; isso além de outras expressões equivalentes. Foi o Espírito
de Deus quem falou através dos escritores. (Ver 2 Crônicas 20.14; 24.20;
Ezequiel 11.5). Deus mesmo dá testemunho da sua Palavra. (Ver Salmo 78.1;
Isaías 51.15,16; Zacarias 7.9,12). Os escritores, por sua vez, evidenciam ter
inspiração divina. (Ver 2 Reis 17.13; Neemias 9.30; Mateus 2.15; Atos 1.16;
3.21; 1 Coríntios 2.13; 14.37; Hebreus 1.1; 2 Pedro 3.2.)
Teorias falsas da
inspiração da Bíblia
Quanto à inspiração da
Bíblia, há várias teorias falsas, que o estudante não deve ignorar. Umas são
muito antigas, outras bem recentes, e ainda outras estão surgindo por aí afora.
Nalgumas delas, para maior confusão, a verdade vem junto com o erro, e muitos
se deixam enganar. Vejamos as principais teorias falsas da inspiração da
Bíblia.
a. A teoria da
inspiração natural, humana, ensina que a Bíblia foi escrita por homens
dotados de gênio e força intelectual especiais, como Milton, Sócrates,
Shekespeare, Camões, Rui, e inúmeros outros. Isto nega o sobrenatural. É um
erro fatal de conseqüências imprevisíveis para a fé. Os escritores da Bíblia
reivindicam que era Deus quem falava através deles (2 Sm 23.2 com At 1.16; Jr
1.9 com Ed 1.1; Ez 3.16,17; At 28.25, etc.)
b. A teoria da inspiração divina comum ensina
que a inspiração dos escritores da Bíblia é a mesma que hoje nos vem quando
oramos, pregamos, cantamos, ensinamos, andamos em comunhão com Deus, etc. Isto
é errado, porque a inspiração comum que o Espírito nos concede: a) Admite
gradação, isto é, o Espírito Santo pode conceder maior conhecimento e
percepção espiritual ao crente, à medida que este ore, se consagre e procure a
santificação, ao passo que a inspiração dos escritores na Bíblia não admite
graus. O escritor era ou não era inspirado, b) A inspiração comum pode ser
permanente (1 Jo 2.27), ao passo que a dos escritores da Bíblia era
temporária. Centenas de vezes encontramos esta expressão dos profetas: "E
veio a mim a palavra do Senhor", indicando o momento em que Deus os tomava
para transmitir a sua mensagem.
c. A teoria da inspiração parcial ensina
que algumas partes da Bíblia são inspiradas, outras não; que a Bíblia não é a
Palavra de Deus, mas apenas contém a Palavra de Deus. - Se esta teoria fosse
verdadeira, estaríamos em grande confusão, por que quem poderia dizer quais as
partes inspiradas e quais as não-inspiradas? A própria Bíblia refuta isso em 2
Timóteo 3.16 (ARA). Também em Marcos 7.13, o Senhor aplicou o termo "A
Palavra de Deus" a todo o Antigo Testamento. (Quanto ao Novo Testamento,
ver João 16.12 e Apocalipse 22.18,19.)
d. A teoria do ditado verbal ensina a
inspiração da Bíblia só quanto às palavras, não deixando lugar para a atividade
e estilo do escritor, o que é patente em cada livro. Lucas, por exemplo, fez
cuidadosa investigação de fatos conhecidos (Lc 1.4). Esta falsa teoria faz dos
escritores verdadeiras máquinas, que escreveram sem qualquer noção de mente e
raciocínio. Deus não falou pelos escritores como quem fala através de um
alto-falante. Deus usou as faculdades mentais deles.
e. A teoria da inspiração das idéias ensina
que Deus inspirou as idéias da Bíblia, mas não as suas palavras. Estas ficaram
a cargo dos escritores. - Ora, o que é a palavra na definição mais
sumária, senão "a expressão do pensamento"? Tente o leitor agora
mesmo formar uma idéia sem palavras... Impossível! Uma idéia ou pensamento
inspirado só pode ser expresso por palavras inspiradas. Ninguém há que possa
separar a palavra da idéia. A inspiração da Bíblia não foi somente
"pensada"; foi também "falada". (Ver a palavra
"falar" em 1 Coríntios 2.13; Hebreus 1.1; 2 Pedro 1.21.) Isto é, as
palavras foram também inspiradas (Ap 22.19). Dum modo muito maravilhoso, vemos
a inspiração das palavras da Bíblia, não só no emprego da palavra exata, mas
também na ordem em que elas são empregadas; no original, é claro. Apenas três
exemplos: Jó 37.9 e 38.19 (a palavra precisa); 1 Coríntios 6.11 (ordem das palavras
no seu emprego).
A teoria correta da
inspiração da Bíblia é a chamada Teoria da Inspiração Plenária ou Verbal. Ela ensina que todas
as partes da Bíblia são igualmente inspiradas; que os escritores não
funcionaram quais máquinas inconscientes; que houve cooperação vital e contínua
entre eles e o Espírito de Deus que os capacitava. Afirma que homens santos
escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, porém sob uma influência
tão poderosa do Espírito Santo, que o que eles escreveram foi a Palavra de
Deus. Explicar como Deus agiu no homem, isso é difícil! Se, no ser humano,
o entrosamento do espírito com o corpo é um mistério inexplicável para os mais
sábios, imagine-se o entrosamento do Espírito de Deus com o espírito do homem!
Ao aceitarmos Jesus como Salvador, aceitamos também a Palavra escrita como a
revelação de Deus. Se o aceitamos, aceitamos também a sua Palavra. A
inspiração plenária cessou ao ser escrito o último livro do Novo Testamento.
Depois disso, nem os mesmos escritores, nem qualquer servo de Deus pode ser
chamado inspirado no mesmo sentido.
Diferença entre
"revelação" e "inspiração" (no tocante à Bíblia)
Revelação é a ação de
Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas desconhecidas, o que o
homem, por si só, não podia saber. Exemplos: Daniel 12.8; 1 Pedro 1.10,11.
(Quanto à inspiração, já foi dada a sua definição no início deste capítulo.) A
inspiração nem sempre implica em revelação. Toda a Bíblia foi inspirada por
Deus, mas nem toda ela foi dada por revelação. Lucas, por exemplo, foi inspirado
a examinar trabalhos já conhecidos e escrever o Evangelho que traz o seu nome.
(Ver Lucas 1.1-4). O mesmo se deu com Moisés, que foi inspirado a registrar o
que presenciara, como relata o Pentateuco.
Exemplos de partes da
Bíblia que foram dadas por revelações:
a. Os primeiros capítulos de Gênesis. Como
escreveria Moisés sobre um assunto anterior a si mesmo? Se não foi revelação,
deve ter lançado mão de escritores existentes. Há uma antiga tradição hebraica
que declara isto.
b. José interpretando os sonhos de Faraó (Gn
40.8; 41.15,16,38,39).
c. Daniel declarando ao rei Nabucodonosor o
sonho que este havia esquecido, e em seguida interpretando-o (Dn
2.2-7,19,28-30).
d. Os escritos do apóstolo Paulo. Ora,
Paulo não andou com o Senhor Jesus. Ele creu por volta do ano 35 d.C, porém,
em suas epístolas, conduz-nos a profundezas de ensino doutrinário sobre a
Igreja, inclusive no que tange à es-catologia. Assuntos de primeira grandeza
sobre a regeneração, justificação, paracletologia, ressurreição, glorificação,
etc, são abordados por ele. - Como teve Paulo conhecimento de tudo isso? Ele
mesmo no-lo diz em Gálatas 1.11,12 e Efésios 3.3-7: por revelação! Nos
seus escritos, há passagens onde essa revelação é bem patente, como em 1
Coríntios 11.23-26, onde ele diz: "Porque eu recebi do Senhor o que
também vos ensinei..." Por sua vez, o capítulo 15 de 1 Coríntios, também
por ele escrito, é a passagem mais profunda e completa da Bíblia sobre a
ressurreição. Diferença entre declarações da Bíblia e registro de declarações
A Bíblia não mente, mas
registra mentiras que outros proferiram. Nesses casos, não é a mentira do
registro que foi inspirada, e sim o registro da mentira. A Bíblia registra que
o insensato diz no seu coração "Não há Deus" (SI 14.1). Esta
declaração "Não há Deus" não foi inspirada, mas inspirado foi o seu
registro pelo escritor. Outro exemplo marcante é o do caso da morte do rei
Saul. Este morreu lançando-se sobre sua própria espada (1 Sm 31.4); no entanto,
o amalequita que trouxe a notícia de sua morte, mentiu, dizendo que fora ele
quem matara Saul (2 Sm 1.6-10). Ora, o que se deu aí foi apenas o registro da
declaração do amalequita, mas não significa que a Bíblia minta. Há muitos
desses casos que os inimigos da Bíblia aproveitam para desfazer dos santos
escritos. A Bíblia registra, inclusive, declarações de Satanás. Suas
declarações não foram inspiradas por Deus, e sim o registro delas. Sansão
mentiu mais de uma vez a Dalila; a Bíblia não abona isso, apenas registra o
fato (Jz cap. 16). Durante a leitura bíblica, é preciso verificar: quem está
falando, para quem está falando, para que tempo está falando, e em
que sentido está falando.
II. A PERFEITA HARMONIA
E UNIDADE DA BÍBLIA (2ª prova)
A existência da Bíblia
até os nossos dias só pode ser explicada como um milagre. Há nela 66 livros,
escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período de 16 séculos. Esses
homens, na maior parte dos casos, não se conheceram. Viveram em lugares
distantes de três continentes, escrevendo em duas línguas principais. Devido a
estas circunstâncias, em muitos casos, os autores nada sabiam sobre o que já
havia sido escrito. Muitas vezes um escritor iniciava um assunto e, séculos
depois, um outro completava-o, com tanta riqueza de detalhes, que somente um
livro vindo de Deus podia ser assim. Uma obra humana, em tais circunstâncias,
seria uma babel indecifrável!
Consideremos alguns
pormenores dessa harmonia.
a. Os escritores foram homens de todas as atividades da vida humana,
daí a diversidade de estilos encontrados na Bíblia. Moisés
foi príncipe e legislador, além de general. Josué foi um grande comandante.
Davi e Salomão, reis e poetas. Isaías, estadista e profeta. Daniel, chefe de
estado. Pedro, Tiago e João, pescadores. Zacarias e Jeremias, sacerdotes e
profetas. Amos era homem do campo: cuidava de gado. Mateus, funcionário público.
Paulo, teólogo e erudito, e assim por diante. Apesar de toda essa
diversidade, quando examinamos os escritos desses homens, sob tantos estilos
diferentes, verificamos que eles se completam, tratando de um só assunto!
O produto da pena de cada um deles não gerou muitos livros, mas um só livro,
poderoso e coerente!
b. As condições. Não houve uniformidade de condições
na composição dos livros da Bíblia. Uns foram escritos na cidade, outros no
campo, no palácio, em ilhas, em prisões e no deserto. Moisés escreveu o
Pentateuco nas solitárias paragens do deserto. Jeremias, nas trevas e sujidade
da mas-morra. Davi, nas verdes colinas dos campos. Paulo escreveu muitas de
suas epístolas nas prisões. João, no exílio, na ilha de Patmos. Apesar de
tantas diferentes condições, a mensagem da Bíblia é sempre única. O pensamento
de Deus corre uniforme e progressivo através dela, como um rio que, brotando de
sua nascente, vai engrossando e aumentando suas águas até tornar-se caudaloso.
A mensagem da Bíblia tem essa continuidade maravilhosa!
c. Circunstâncias.
As circunstâncias em que os 66 livros foram escritos também são as mais
diversas. Davi, por exemplo, escreveu certas partes de seus trabalhos no calor
das batalhas; Salomão, na calma da paz... Há profetas que escreveram em meio a
profunda tristeza, ao passo que Josué escreveu durante a alegria da vitória.
Apesar da pluralidade de condições, a Bíblia apresenta um só sistema de
doutrinas, uma só mensagem de amor, um só meio de salvação. De Gênesis a Apocalipse há uma só revelação, um só pensamento,
um só propósito.
d. A razão dessa
harmonia e unidade. Se a Bíblia fosse um livro puramente humano, sua
composição seria inexplicável. Suponhamos que 40 dos melhores escritores
atuais, providos de todo o necessário, fossem isolados uns dos outros, em
situações diferentes, cada um com a missão de escrever uma obra sua. Se no
final reuníssemos todas as obras, jamais teríamos um conjunto uniforme. Seria a
pior miscelânea imaginável! - Concorda o leitor? Pois bem, imagine isto
acontecendo nos antigos tempos em que a velha Bíblia foi escrita... A confusão
seria muito maior! Não havia meios de comunicação, nem
facilidades materiais, mas dificuldades de toda a sorte. IMAGINE O QUE
SERIA A BÍBLIA SE NÃO FOSSE A MÃO DE DEUS!
Não há na
Bíblia contradição doutrinária, histórica ou científica. Uma coisa maravilhosa é que esta
unidade não jaz apenas na superfície; quanto mais profundo for o estudo, tanto
mais ela aparecerá. Há, é certo, na Bíblia, aparentes contradições. Seus inimigos
sustentam haver erros nela em grande quantidade. Mas o que acontece é que estando
alguém com uma trave no olho (Mt 7.3-5), sua visão fica deformada. Um espírito
farisaico, cepticista e orgulhoso, sempre achará falhas na Bíblia, geralmente
porque já se dirige a ela com idéias preconcebidas e falsas.
Há uma história
interessante de uma senhora que estava falando das roupas amarelas que sua
vizinha punha a secar no varal, porém, na semana seguinte, lavando ela sua
vidraça e olhando para fora, disse - a vizinha mudou muito; suas roupas estão
alvas agora... Mas eram suas vidraças que estavam sujas! A diferença estava
aí.
Se alguma falha for
encontrada na Bíblia, será sempre do lado humano, como tradução mal feita,
grafia inexata, interpretação forçada, má compreensão de quem estuda, falsa
aplicação aos sentidos do texto, etc. Portanto, quando encontrarmos na Bíblia
um trecho discrepante, NÃO PENSEMOS LOGO QUE É ERRO! Saibamos refletir como
Agostinho, que disse: "Num caso desses, deve haver erro do copista,
tradução mal feita do original, ou então -sou eu mesmo que não consigo
entender..."
Quanto à unidade física
da Bíblia, ninguém sabe ao certo como os 66 livros se encontraram e se
agruparam num só volume. Isto foi obra de Deus! Sabemos que os escritores não
escreveram os 66 livros de uma vez, nem em um só lugar, nem com o objetivo de
reuni-los num só volume, mas em intervalos, durante 16 séculos, e, em lugares
que vão da Babilônia a Roma!
Finalizando o estudo
desta prova da Bíblia como Palavra de Deus, reiteramos que a perfeita harmonia desse livro é, para a mente humilde
e sincera, uma prova incontestável da sua origem divina. É uma prova de que
uma ú-nica mente via tudo e guiava os escritores.
Suponhamos que, na
cidade onde moramos, um edifício fosse ser construído com pedras a serem
preparadas em várias partes do Brasil. Chegadas as pedras, ao serem colocadas,
encaixavam-se perfeitamente na construção, satisfazendo todos os detalhes e
requisitos da planta. - Que diria o leitor se tal fato acontecesse? - Que
apenas um arquiteto dirigira os operários nas diversas pedreiras, dando minuciosas
instruções a cada um deles. É o caso da Bíblia - O Templo da verdade de Deus.
As "pedras" foram preparadas em tempos e lugares remotos, mas ao
serem postas juntas, combinaram-se perfeitamente, porque atrás de cada elemento
humano estava em operação a mente infinita de Deus!
III. A APROVAÇÃO DA BÍBLIA POR JESUS (3ª Prova)
Inúmeras pessoas sabem
quem é Jesus; crêem que Ele fez milagres; crêem em sua ressurreição e ascenção,
mas... não crêem na Bíblia! Essas pessoas precisam conhecer a atitude e a
posição de Jesus quanto à Bíblia. Ele leu-a (Lc 4.16-20); ensinou-a (Lc 24.27);
chamou-a "A Palavra de Deus" (Mc 7.13); e cumpriu-a (Lc 24.44).
A última referência citada
(Lc 24.44) é muito maravilhosa, porque aí Jesus põe sua aprovação em todas as
Escrituras do Antigo Testamento, pois Lei, Salmos e Profetas eram as três divisões da Bíblia nos dias do
Novo Testamento.
Jesus também afirmou que
as Escrituras são a verdade (Jo 17.17). Viveu e
procedeu de conformidade com elas (Lc 18.31). Declarou que o escritor Davi
falou pelo Espírito Santo (Mc 12.35,36). No deserto, ao derrotar o grande inimigo,
fê-lo com a Palavra de Deus (Dt 6.13,16; 8.3).
Nota - O título "Sagradas
Escrituras" ou "Escrituras" pode vir no plural ou singular,
porém sempre com letra maiúscula. Exemplos no plural: Mateus 21.42; Lucas
24.32; João 5.39. No singular: João 7.38,42; 19.36,37; 20.9; Atos 8.32. No
singular e com minúscula refere-se a uma passagem particular: Marcos 12.10;
Lucas 4.21; Atos 1.16 -(todas no ARC: a ARA põe tudo em maiúsculas).
"Sagradas Escrituras", ou "A Sagrada Escritura", é o nome
sagrado da revelação divina, assim como "Testamento" é o seu
nome de compromisso, e "Bíblia", seu nome como livro.
O leitor poderá dizer: -
"Tratamos do Antigo Testamento, e, do Novo?" - Bem, quanto ao Novo
Testamento, em João 14.26, o Senhor Jesus, antecipadamente, pôs o selo de sua
aprovação divina ao declarar: "O Espírito Santo... vos ensinará todas as
coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito". Assim sendo, o
que os apóstolos ensinaram e escreveram não foi a recordação deles mesmos,
mas, a do Espírito Santo. No mesmo Evangelho, capítulo 16.13,14, o Senhor disse
ainda que o Espírito Santo os guiaria em "toda a verdade"; portanto, no NT temos a essência da revelação divina.
No versículo 12 do citado capítulo, Jesus mostrou que seu ensino aqui foi
parcial, devido à fraqueza dos discípulos, mas ao mesmo tempo declarou que o
ensino deles, sob a ação do Espírito Santo, seria completo e abrangeria toda a
esfera da verdade divina.
Diante de tudo que
acabamos de dizer, quem aceita a autoridade de Cristo, aceita também as
Escrituras como de origem divina, tendo em vista o testemunho que delas dá o
Senhor Jesus. - Quem pode apresentar argumentos? 40
IV. O TESTEMUNHO DO ESPIRITO SANTO DENTRO DO CRENTE, QUANTO À
BÍBLIA (4ª prova)
Em cada pessoa que
aceita Jesus como Salvador, o Espírito Santo põe em sua alma a certeza quanto à
autoridade da Bíblia. É uma coisa automática. Não é preciso ninguém ensinar
isso. Quem de fato aceita Jesus, aceita também a Bíblia como a Palavra de Deus,
sem argumentar. Em João 7.17, o Senhor Jesus mostra como podemos ter dentro de
nós o testemunho do Espírito Santo quanto à autoria divina da Bíblia: "Se
alguém quiser fazer a vontade de Deus..." Assim como o Espírito Santo
testifica que nós, os crentes, somos filhos de Deus (Rm 8.16), testifica-nos
também que a Bíblia é a mensagem de Deus para nós mesmos. Esse testemunho do
Espírito Santo no interior do crente, no tocante às Escrituras, é superior a
todos os argumentos humanos! É aqui que labora em erro a Igreja Romana, ao
afirmar que, para se crer na origem divina da Bíblia é preciso decisão da
referida igreja, como se a verdade de Deus dependesse da opinião de homens,
como bem o disse o teólogo e reformador Calvino.
V. O CUMPRIMENTO FIEL DAS PROFECIAS DA BÍBLIA (5ª prova)
O Antigo Testamento é um
livro de profecias (Mt 11.13). O Novo Testamento, em grande parte, também o é.
Referimo-nos aqui, evidentemente às profecias no sentido preditivo. Há, no
Antigo Testamento, duas classes dessas profecias: as literais, e as expressas
por tipos e símbolos. Destas há inúmeras no Tabernáculo (Hb 10.1). Muitas
profecias da Bíblia já se cumpriram no passado, em sentido parcial ou total;
muitas outras cumprem-se em nossos dias, e muitas outras ainda se cumprirão no
futuro. As profecias sobre o Messias, proferidas séculos antes de seu nascimento,
cumpriram-se literalmente e com toda a precisão quanto a tempo, local e outros
detalhes. Por exemplo: Gênesis 49.10; Salmo 22; Isaías 7.14; 53 (todo); Daniel
9.24-. 26; Miquéias 5.2; Zacarias 9.9 etc. Outro ponto
saliente nas profecias bíblicas é o referente à nação israelita. A Bíblia
prediz sua dispersão, seu retorno, sua restauração e seu progresso material e
espiritual. Exemplos: Levítico 26.14,32,33; Deuteronômio 4.25-27; 28.15,64;
Isaías 60.9; 61.6; 66.8; Jeremias 23.3; 30.3; Ezequiel 11.17; 36; 37.
Em Ezequiel 37, está uma
das mais claras profecias sobre o despertamento nacional e espiritual do povo
israelita. O cumprimento dessas profecias está em marcha perante nossos
olhos. Há inúmeros outros casos de famosas profecias bíblicas. Ciro, o monarca
persa, Deus chamou-o pelo nome através do profeta Isaías, 150 anos antes do seu
nascimento! (Is 44.28). Josias, rei de Judá, também foi chamado pelo nome 300
anos antes do seu nascimento. (Ver 1 Reis 13.2 com 2 Reis 23.15-18.) Os últimos
quatro impérios mundiais - Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, são admiravelmente
descritos muitos anos antes de eles surgirem no horizonte do cenário mundial.
(Ver Daniel capítulo 2 e 7). Também, com uma precisão incrível, a história de
toda a raça humana é descrita em forma profética (isto é, a história no sentido
natural), em Gênesis 9.25-27.
O cumprimento
contínuo das profecias da Bíblia é uma prova de sua origem divina. O que Deus disse sucederá (Jr
1.12). Graças a Deus por tão sublime e glorioso Livro!
VI. A INFLUÊNCIA BENÉFICA DA BÍBLIA NAS PESSOAS E NAÇÕES
(6? prova)
O mundo hoje é melhor
devido à influência da Bíblia. Mesmo os próprios inimigos da Bíblia admitem que
nenhum livro em toda história da humanidade teve tamanha influência para o
bem; eles reconhecem o seu efeito sadio na civilização. Milhões de pessoas
antes de conhecerem, amarem e obedecerem a este Livro, eram escravos do pecado,
dos vícios, da idolatria, do medo, das superstições, da feitiçaria. Eram
mundanas, vaidosas, iracundas, desconfiadas, etc. Mas, depois que abraçaram este
Livro, foram por ele transformadas em criaturas salvas, alegres, libertas,
felizes, santificadas. Abandonaram todo o mal em que antes viviam e tornaram-se
boas pessoas para a família, para a sociedade e para a pátria. Mostrem-me, se
for possível, outro livro com o poder de influenciar e transformar
beneficamente, não só indivíduos, mas regiões e nações inteiras, conduzindo-os
a Deus!
Disse o grande
comentador devocional da Bíblia, Dr. F. B. Meyer: "O melhor argumento em
favor da Bíblia é o caráter que ela forma".
Vejamos um pouco da
condição moral de alguns povos sem a Bíblia:
a. Os gregos. Dentre os povos antigos, os
gregos foram os mais cultos e doutos nas letras. Seus filósofos e literatos
foram os maiores de todos os tempos. No entanto, a grande cultura grega e seus
livros sem conta, nunca detiveram a onda de licenciosidade, impureza e
idolatria que sempre prevaleceu no mundo grego. Em Corinto, por exemplo, havia,
no templo de Vênus, mil mulheres devotas que traziam ao seu tesouro os lucros
de sua impureza. Sócrates fazia da moral o assunto único da sua filosofia, e
mesmo assim, recomendava a adivinhação, e ele próprio se entregava à
fornicação. Platão, o grande discípulo de Sócrates, ensinava que mentir era
coisa honrosa. A sabedoria deles e seus milhares de livros não os conduziu à
salvação desses e outros males. Estes dois, Platão e Sócrates, foram homossexuais
ativos, como relata o historiador romano Suetônio.
b. Os romanos foram os mais famosos como
legisladores, guerreiros, oradores e poetas. Sua legislação, em parte, era
boa, porque em parte veio de Moisés (o maior legislador). Muitas das leis
brasileiras vêm das leis portuguesas, que, por sua vez, vieram das romanas,
hauridas, como já dissemos, do Pentateuco. No entanto, o padrão dos costumes e
da moral, foi dos mais baixos em Roma, como bem registra a História. Mesmo
entre as famílias abastadas, civilizadas e regularmente constituídas, as
descobertas arqueológicas, gravuras e descrições revelam fatos que o recato
proíbe enumerar. Cícero, o maior orador romano, um espécime de excelência
dentre os romanos, defende a fornicação, e a recomenda, e, por fim, pratica o
suicídio. Catão, o Censor, tido como o mais perfeito modelo de virtude, foi réu
da prostituição e embriaguez; advogou, e, mais tarde, praticou o suicídio.
Júlio César tinha
encontros amorosos com o rei Nico-medes da Bitínia. O imperador Calígula (37-41
d.C.) viveu amasiado com sua irmã Drusila (Suetônio). Nero, o famigerado
imperador romano, viveu com sua irmã Agripina. Viveu depois amasiado com dois
eunucos; o primeiro chamado Sporus, e o segundo Doríphorus (Suetônio).
Messali-na, a imperatriz, esposa de Cláudio, imperador de 41-54 d.C. foi
extremamente depravada (Juvenal).
Se isto era assim entre
a classe alta, o que não acontecia na classe baixa?
É somente a Bíblia que
nos faz ser diferentes desses povos. Sem ela, nós nos tornaríamos semelhantes
a eles. O nosso mundo orgulha-se hoje de ter atingido os píncaros do saber e de
haver produzido os mais importantes e melhores livros, entretanto a onda de
pecado e mal avassala a humanidade como um rolo compressor. Comparemos tudo
isso com o caráter, a formação, a personalidade ideal dos verdadeiros
seguidores da Bíblia!
Todo homem que vive a
Bíblia, pautando sua vida pelos seus santos ensinos, também ama a Deus e vive
para Ele. Por outro lado, todos os que se opõem à Bíblia e rejeitam sua
autoria divina, vivem para si mesmos; são obstinados, cruéis, desumanos,
instáveis, prepotentes; ímpios, acima de tudo. Em suma, quanto mais o homem crê
em Deus, mais aproxima-se da Bíblia. É como disse certa senhora crente a um
moço, nos Estados Unidos: "Este livro te guardará do pecado, ou o pecado
te guardará deste livro!"
Quanto à educação, não
há filosofia educacional segura se não for alicerçada sobre os ensinos
fundamentais da Bíblia. A educação moderna reconhece que a formação do caráter
é a suprema finalidade de seu trabalho, mas, isto não irá muito longe, a menos
que se reconheça que a única base do verdadeiro caráter
é a Bíblia. Fé na Bíblia é a maior força de qualquer moço ou moça na
prossecução da vida e da carreira educacional. A mocidade precisa saber disso.
A tragédia é que, professores aos milhares em todo o mundo, saturados e
narcortizados por falsa dialética e filosofia vil, desencaminham os jovens,
desde a mais tenra idade. Saiba-se, portanto, que a Bíblia é o livro mais maravilhoso
do mundo, e que seus ensinos tão simples e ao mesmo tempo profundos, servirão
de guia para a sua vida mais feliz e mais bem sucedida, sendo sempre a base
segura e única para encontrarmos o nosso Criador na eternidade.
Considerando tudo que
acabamos de dizer quanto à influência poderosa da Bíblia e seu poder
transformador, evidenciado tanto nos indivíduos como em nações inteiras, perguntamos:
- Donde vem tal livro, senão de Deus?
VII. A BÍBLIA É SEMPRE NOVA E INESGOTÁVEL (7ª prova)
O tempo não afeta a
Bíblia. É o livro mais antigo do mundo e ao
mesmo tempo o mais moderno. Em mais de 20 séculos o homem não pôde
melhorá-la... Se a Bíblia fosse de origem humana, é claro que em dois milênios,
ela de há muito estaria desatualizada. Uma vez que o homem moderno se jacta de
tanto saber, era de esperar que já tivesse produzido uma Bíblia melhor!
Realmente isto é uma evidência da Bíblia como a Palavra de Deus! Tendo em
vista o vasto progresso alcançado pelo homem, especialmente nos dois últimos
séculos, só podemos dizer que, se ele não produziu um livro melhor, para
substituir a Bíblia, é porque não pôde. Muitos também reclamam por não ser
estritamente científica a linguagem da Bíblia. Ora, a Bíblia
trata primeiramente da redenção da humanidade. Além disso, termos
científicos mudam ou ficam para trás, à medida que a ciência avança. Sempre
temos termos novos na Ciência.
A Bíblia nunca se torna
um livro antigo, apesar de ser cheio de antigüidades. Ela é tão hodierna como o
dia de amanhã. Sua mensagem milenar tanto satisfaz a criança como o ancião
encanecido. A Bíblia pode ser lida vezes sem conta sem se poder encontrar suas
profundezas e sem que o leitor perca por ela o interesse. - Acontece isso com
os demais livros?! Quem já se cansou de ler Salmo 23; João 3.16; Romanos 12; 1
Coríntios 12? É que cada vez que lemos essas passagens (para não falar nas
demais), descobrimos coisas que nunca tínhamos visto antes. Depois de quase
2.000 anos de escrito o último livro da Bíblia, a impressão que se tem é que a
tinta do original está ainda secando...
Até o fim dos tempos o
velho e precioso Livro continuará a ser a resposta às indagações da humanidade
a respeito de Deus e do homem. Nos seus milhares de anos de leitura, a Bíblia
nunca foi esgotada por ninguém.
VIII. A BÍBLIA É FAMILIAR A
CADA POVO OU INDIVÍDUO EM QUALQUER LUGAR (8ª prova)
Através do mundo
inteiro, qualquer crente, ao ler a Bíblia, recebe sua mensagem como se esta
fora escrita diretamente para ele. Nenhum crente tem a Bíblia como livro
alheio, estrangeiro, como acontece aos demais livros traduzidos. Todas as raças
consideram a Bíblia como possessão sua. Por exemplo, ao lermos "O Peregrino"
sabemos que ele é inglês; ao lermos "Em Seus passos que Faria Jesus?"
sabemos que é norte-americano, porque seus autores são oriundos desses países.
- É assim com a Bíblia? - Não! Nós a recebemos como "nossa". Isso
acontece em qualquer país onde ela chega. Ninguém tem a Bíblia como livro
"dos outros". Isto prova que ela procede de Deus - o Pai de todos!
- Qual a pessoa que, ao
ler o Salmo 23, acha que ele foi escrito para os judeus? Aos que vivemos no
Brasil, a impressão que temos é que ele foi escrito diretamente para nós. A
mesma coisa dirão os irmãos dos demais países. A mensagem da Bíblia é a mesma
em todas as línguas. Nisto vemos que ela é diferente de todos os demais livros
do mundo. Se fosse produto humano, não se ajustaria às línguas de todas as
nações. Nenhum outro livro pode igualar-se à Bíblia nessa parte. É mais uma
prova da sua origem divina.
IX. A SUPERIORIDADE DA
BÍBLIA EM RELAÇÃO AOS DEMAIS LIVROS, QUANTO À COMPOSIÇÃO (9ª prova)
É muito interessante
comparar nalguns pontos os ensinos da Bíblia com os de Zoroastro, Buda,
Confúcio, Sócrates, Sólon, Marco Aurélio e muitos outros autores pagãos. Os
ensinos da Bíblia superam os desses homens em todos os pontos imagináveis. Só
dois pontos vamos destacar dessa superioridade.
a. A Bíblia contém mais verdades que todos os demais livros
juntos. Ajuntem, se possível, todos os melhores pensamentos de toda
a literatura antiga e moderna; retirem o imprestável; ponham toda a verdade
escolhida num volume, e verão que este jamais substituirá a Bíblia! Entretanto,
a Bíblia não é um volume grande. Pode ser conduzida no bolso do paletó.
Todavia, há mais verdades neste pequeno livro do que em todos os outros que o
homem produziu em todos os séculos. - Como se pode explicar isso? - Há somente
uma resposta racional e judiciosa: este livro não veio do homem: veio de Deus!
b. A Bíblia só contém verdade. Se há mentiras, não
são dela; apenas nela foram registradas. Ao passo que os demais livros contêm
verdade misturada com mentira ou erro. Reconhecemos que há jóias preciosas nos
livros dos homens, mas, é como disse certa vez Joseph Cook: "São jóias
retiradas da lama!" Qualquer verdade encontrada em trabalhos humanos,
seja do ponto de vista moral ou espiritual, acha-se em essência no velho
Livro. Comparemos alguns dos melhores ensinos desses famosos homens, especialmente
dos decantados filósofos, com os da Bíblia. De fato, seus ensinos contêm jóias
de real valor, mas, estas, quer saibam eles quer não, são jóias roubadas, e do
Livro que eles ridicularizam!
Poderíamos incluir aqui
também a superioridade da Bíblia quanto aos demais livros, no que tange à sua
preservação em meio a tantos ataques, em todos os tempos.
X. A IMPARCIALIDADE DA BÍBLIA (10ª prova)
Se a Bíblia fosse um
livro originado do homem, ela não poria a descoberto as faltas e falhas dele.
Os homens jamais teriam produzido um livro como a Bíblia, que só dá toda a
glória a Deus e mostra a fraqueza do homem (Jó 14; 17.1; 27; SI 50.21,22; 51.5;
1 Co 1.19-25). A Bíblia tanto diz que Davi era um homem segundo o coração de
Deus (At 13.22), como também revela seus pecados, como vemos nos livros de
Reis, Crônicas e Salmos. É também o caso da embriaguez de Noé, da dissimulação
de Abraão, de Ló, da idolatria e luxúria de Salomão. Nada disto está escrito
para nossa imitação, mas para nossa admoestação e para provar a imparcialidade
da Bíblia. É ela o único livro assim.
Só a Bíblia ensina que o
homem está em condições físicas, mentais e morais decadentes e que, se deixado
só, decairá cada vez mais. Os livros humanos ensinam o oposto. Dizem que há no
homem uma "Força residente" que constantemente procura elevá-lo.
Este ensinamento é agradável ao homem, porque o homem adora crer que se está
desenvolvendo às suas custas, apesar dos milhares de sepulturas que são
acrescentadas diariamente aos cemitérios. O homem jamais escreveria um livro
como a Bíblia, que põe em relevo as suas fraquezas e defeitos.
Conclusão sobre a
origem da Bíblia
Deus é o único que pode
ter sido o autor da Bíblia, porque:
a) Homens ímpios jamais iriam produzir um livro
que sempre os está condenando.
b) Homens justos e piedosos jamais cometeriam o
crime de escreverem um livro e depois fazerem o mundo crer que esse livro é
obra de Deus.
c) Os judeus - guardiães
da Bíblia, jamais poderiam ser os autores dela, pois ela sempre condena suas
transgressões, pondo seus defeitos a descoberto. Também se eles tivessem
podido mexer nela, teriam apagado todos esses males, idolatrias e rebeliões
contra Deus, nela registrados.
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