Postagens populares

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

COMIGO É TUDO NO ESPÍRITO


COMIGO É TUDO NO ESPÍRITO
Conheci um jovem há uns 10 anos atrás, e acompanhei um pouco o percurso da sua vida, faz alguns meses que ele se converteu, entregou a sua vida a Cristo e começou a frequentar uma igreja. Pelo que eu sei, ele ainda não tem um ano de conversão, e antes da sua conversão ele não gostava da Bíblia, ou seja, não entendia nada de Bíblia. Sete meses após a sua conversão, me encontrei com ele e nesta ocasião, me contou que já estava pregando faz um mês. Um mês depois me encontrei com ele novamente e me disse que já tinha sido ordenado a pastor. Tentando ajudar e aconselhá-lo, perguntei-lhe se estava ciente das implicações deste trabalho ou deste título e ele me disse que simplesmente estava obedecendo a vontade de Deus, e que para isso não precisava de nada mais a não ser muita oração e jejum. Insistindo no assunto, ainda perguntei se não estava preocupado por saber tão pouco de Bíblia e não entender nada de teologia. Respondeu-me dizendo que com ele tudo era espiritual, basta subir no púlpito e Deus já começava revelar.  Enfatizou ainda, Deus me revela na hora, não preciso me preparar, estando no altar, a graça e a unção fluem naturalmente como a água.
Antes de tudo, precisamos fazer diferença entre os trabalhos ou as obras que podemos fazer sem muito preparo e aquelas obras que exigem um bom preparo da nossa parte. Precisamos inclusive diferenciar os dons e as funções na igreja e na Bíblia, existem funções e dons que podemos exercer sem um grande preparo, basta uma pequena orientação e formação, já estaremos aptos a exercermos estes dons, enquanto que outros dons precisam de mais preparo e de mais tempo de formação. Paulo mesmo faz esta diferença (1Tm. 3: 6 a, 10), e deixa claro que  existem algumas funções na igreja que não podemos deixar que todo mundo exerça, e principalmente os novos convertidos. Liderança, pregação e ministério pastoral são áreas que exigem um bom preparo e um bom tempo de formação, e nós como igreja, precisamos ter muita cautela ao colocarmos pessoas para exercerem estas funções na igreja, por mais que tenham dons e talentos nítidos nestas áreas.
Todos os que acompanham o mundo evangélico, sabem que tem crescido cada vez mais o número de crentes e servos de Deus que acham que não precisamos de nenhum preparo na obra de Deus, ou seja, Deus chamou e todo o resto ele mesmo faz. Muitos acreditam que procurar um preparo consistente é coisa do diabo, ou seja, os de Deus não precisam nada disso.

É FÁCIL DE MAIS SER PASTOR


É FÁCIL DE MAIS SER PASTOR
Conheci alguém que se converteu e depois de cinco meses se tornou pastor, um outro, nem era cristão, depois de ficar desempregado, decidiu se tornar pastor, e 2 meses depois começou a ser chamado de pastor. A cada dia aumentam mais os casos de pessoas que se tornam pastores da noite para o dia. Casos de pessoas que compram o título, casos de pessoas que depois de cursos bíblicos se auto-proclamam pastores, casos de pessoas que entram pelo dinheiro ou pelo prestígio, etc. Alguns dormem ímpios e acordam pastores, se proclamam pastores da noite para o dia, e todo mundo aceitam na boa. Depois de um sonho ou de uma visão, a pessoa mesmo não convertida ainda, diz que Deus a chamou e assim se intitula.
Uma das ocupações mais fáceis dos nossos dias é o de pastor, todos se tornam pastores, a qualquer momento e em qualquer lugar. Existem atualmente pastores de todos os tipos e para todos os gostos, parece que é mais fácil se tornar pastor do que se tornar qualquer outra coisa.  Vivemos dias em que existem mais pastores do que igrejas, para cada igreja existem 50 pastores.
Antigamente ser pastor era uma vergonha para muitos, mas atualmente se tornou moda e mania, todo mundo quer e todo mundo entra, até aqueles que não têm o chamado ministerial e muito menos nasceram de novo. Ser pastor se tornou uma questão de status e de prestígio, se tornou algo fácil e sem honra para alguns.
Anos atrás, era muito raro vermos jovens pastores, mas hoje em dia, a metade ou mais do que a metade dos pastores, são jovens. Os jovens cristãos (vocacionados para o ministério ou não), fazem de tudo para serem chamados de ministros ou pastores. Em alguns círculos e em algumas igrejas é uma grande disputa entre os jovens irmãos, lutam entre eles e fazem de tudo para passaram a frente dos outros, vão além de tudo que se possa imaginar e de tudo o que é permitido. Muitos acham que todo jovem cristão deve se tornar pastor ou ministro, mesmo não entendendo nada de ministério e nem tendo vocação para tal.
Sinceramente, o ministério se tornou um campo de batalha, um comércio, uma mera brincadeira ou talvez, um meio de se ganhar a vida com facilidade. Alguns pagam para serem ordenados, pagam para receberem credencias e crachá, e nem se preocupam com um chamado genuíno e autêntico, ou com um preparo consistente e adequado. Ser pastor, para muitos, é um simples passatempo, e para outros, uma simples profissão, ou seja, por mais que não tenha vida condizente, coerente e digna, pouco importa, o importante é exercer o “ofício”.

Algumas razões que fazem com que muitos queiram se tornar pastores
Muitas pessoas acham que devem se tornar pastores simplesmente porque:
·        Entendem muito de Bíblia.
·        São tementes a Deus.
·        São fortes em oração.
·        São fervorosos na obra de Deus.
·        São altamente capacitados intelectualmente.
·        Fizeram muitos anos na igreja.
·        Fizeram muitos anos na vida cristã.
·        Fizeram muitos anos servindo a Deus.
·        Fizeram muitos anos ao lado dos pastores.
·        Fizeram um curso de Bíblia.
·        Fizeram um curso de teologia.
·        Fizeram um curso de oratória.
·        Fizeram um curso de liderança.

As bases que as pessoas têm
·        Profecias.
·        Sonhos.
·        Visões.
·        O apoio das pessoas.

Muitas pessoas tomam como base para o ministério, coisas que nunca podem ser tomadas como bases. O ministério vem de Deus e não de uma pessoa, o ministério não vem em sonhos ou visões. Não vem de um homem ou de um pastor. E por mais que venha de Deus, precisa ser provado e aprovado. O vocacionado precisa passar por um bom preparo e por várias etapas antes de ser ordenado ou confirmado como ministro de Deus.
Muitos hoje não querem e nem aceitam o tempo de preparo e capacitação, quando se apercebem que foram chamados ou que têm uma vocação ministerial, querem logo a confirmação por parte da igreja e dos outros ministros mais experientes. Outros, a vocação os leva a cometer loucuras e palhaças, fazem de tudo para serem ordenados ao ministério. Não aceitam bons conselhos e nem orientações sábias de pessoas que já estão no ministério há mais tempo.
Ministério é coisa séria, uma grande responsabilidade, talvez a maior de todas. Vem de Deus, mas precisa de um bom preparo e de um bom tempo de capacitação. Capacitação espiritual, psicológica, moral, intelectual, acadêmica, etc. Aquele que de fato recebeu o chamado de Deus, precisa primar pela excelência de tudo que oferece a Deus. Se realmente Deus chamou, então devo me preparar de todas as formas possíveis para melhor exercer este chamado.
A Bíblia nos ensina que todos aqueles que foram chamados por Deus, tiveram um tempo de preparo e capacitação. Quando Deus nos incumbe uma missão, antes, Ele quer nos preparar e lapidar. Moisés foi preparado por cerca de 80 anos antes de começar a exercer liderança, José foi preparado cerca de 13 anos, Samuel foi preparado desde a sua infância, Davi foi preparado cerca de 13 anos. Moisés preparou Josué, Elias preparou Eliseu, Eli preparou Samuel, Davi preparou Salomão. No Novo Testamento a mesma coisa se repete, Jesus preparou os seus discípulos durantes cerca de 3 anos, Paulo preparou Timóteo e Tito. Pedro e os outros apóstolos prepararam homens que continuaram o legado depois.
É muito triste e lamentável a forma como muitos têm banalizado e desvalorizado o ministério, encaram o ministério como algo meramente humano. Muito triste a forma como muitos lutam para chegar à ordenação ministerial, para muitos, o ministério não passa de um alto estágio que todo cristão deve chegar. Devemos saber que um dia Deus pedirá contas de tudo que se fez em seu nome, a sua igreja ou com os dons que Ele nos concedeu. Em minha humilde opinião, as igrejas e os pastores anciões deveriam colocar mais exigências para se obter a ordenação ou confirmação ministerial, deve haver critérios rigorosos baseados na Bíblia. O que hoje é fácil, deve se tornar um pouco mais difícil e trabalhoso, devemos valorizar o chamado e a vocação que vem de Deus. (Rm 1:1; Ef. 1:1)




QUERO ABRIR A MINHA IGREJA


QUERO ABRIR A MINHA IGREJA
É comum atualmente vermos igrejas nascendo a cada dia, em algumas cidades e em alguns bairros, existem igrejas em cada esquina, uma atrás da outra ou uma seguida da outra. Igrejas é o que não falta nos nossos dias, igrejas de todos os tipos e para todos os públicos. Antigamente muitos tinham temor ao falarem sobre igreja, mas atualmente perdeu-se este temor ou respeito que se tinha pelas coisas de Deus, perdeu-se a reverência e a noção das coisas.
Uma das coisas mais tristes e lamentáveis nos nossos dias, é vermos todos querendo abrir igrejas e denominações, e querendo liderar. Facilmente ouvimos alguém dizendo: vou abrir minha igreja ou abri a minha igreja. Poucas pessoas ousavam abrir igrejas, poucas pessoas se atreviam em começar mais denominações, mas atualmente, se tornou uma grande febre, todos querem abrir igrejas, denominações e querem liderar.
Eu não acho que seja uma abominação abrir uma nova igreja ou uma nova denominação, o errado e o comum nos nossos dias, é abrir-se igrejas e denominações, simplesmente para se satisfazer o próprio ego ou para se ganhar algum dinheiro. Muitas vezes, por mais que as pessoas não declarem e nem aceitem, as intenções e as motivações que as levam a começarem igrejas e denominações, não são bíblicas e nem para a glória de Deus. Eis aqui uma pequena lista das motivações por detrás de várias igrejas e denominações:
·        Fácil enriquecimento.
·        Ofertas e dízimos.
·        Glória própria.
·        Privilégios.
·        Renome.
·        Reconhecimento.
Quando se começa uma igreja, deve ser realmente sob a direção de Deus, deve ser segundo o plano de Deus e o trabalho deve ter a Palavra de Deus como base. Uma igreja cristã não deve ter como base as palavras de um homem e nem deve seguir a vontade de um homem.
Boas motivações:
·        Pregar o verdadeiro evangelho.
·        Ensinar a Palavra de Deus.
·        Salvação de vidas.
·        Edificação de vidas.
·        Libertação de vidas.
·        Consolação de corações.
·        Glorificação do nome de Jesus.
Quando uma pessoa quer começar uma nova igreja ou uma nova denominação simplesmente porque não está satisfeito com a igreja onde está, ou porque se desentendeu com o seu líder, está tomando uma decisão errada e está entrando num caminho obscuro. Existem muitas pessoas que começam igrejas simplesmente:
·        Porque não gosta mais do líder da sua igreja ou denominação.
·        Porque não gosta mais da sua igreja.
·        Porque os seus irmãos em Cristo não gostam mais dele como antes.
·        Porque não tem mais influência como tinha antes.
·        Porque não gosta mais das pregações dos seus pastores ou dos seus colegas ministros.
·        Porque foi suspenso ou afastado da igreja.
·        Porque não quer ser controlado ou mentoreado.
·        Porque se acha capaz e competente para ser pastor ou líder.
·        Porque acha que já ouviu muito.
·        Porque acha que já aprendeu muito.
·        Porque acha que Deus o chamou.
·        Porque acha que tem condições financeiras e materiais para abrir e começar uma igreja.
·        Porque tem um grupo de pessoas que estão dispostos a seguir-lhe.
·        Porque alguém está pronto a financiar a nova igreja.
·        Porque algumas pessoas estão querendo e lhe estão pressionando para começar.
Começar uma igreja não é o problema, o problema é ter a aprovação de Deus para isso e ter a sua presença permanente neste trabalho. Existem muitas igrejas, que Deus não aprova e nem se faz presente nelas. Existem várias igrejas que levam e usam o nome de Cristo, mas não têm nada de Cristo.
Muitas pessoas colocam ênfase na palavra “minha”, querendo demonstrar que a igreja é sua, fundou, dirige e administra. Não só nas palavras, mas através de palavras e comportamentos, demonstram que são donos e proprietários das igrejas que dirigem. Por mais que alguém abra uma igreja, se esta igreja é de Cristo e obedece os padrões bíblicos, não é igreja de um homem. Se eu começar a considerar a igreja que eu dirijo como minha, deixa de ser uma igreja de Cristo. Eu não posso abrir a minha igreja, se vou abrir, que seja a igreja de Cristo, segundo a direção e a vontade Deus, e, obedecendo os padrões estabelecidos pela Bíblia. A igreja de Deus deve ter Cristo como alicerce, foco, método, mestre e pastor. Quando uma igreja foge disso e segue outros caminhos, ou, tem um nome humano no centro, por mais que encha e tenha muitos fiéis, deixa de ser uma igreja de Cristo, se torna um mero ajuntamento, um lugar de entretenimento e de auto-ajuda.



A Doutrina do Inferno


A Doutrina do Inferno
por
Vincent Cheung


Abaixo está um sumário da minha posição com respeito à doutrina do inferno. Alguns dos pontos (ou os detalhes específicos dentro daqueles pontos) são impopulares e controversos. Eu estou ciente das objeções; eu já as estudei e considerei cuidadosamente; e possuo respostas biblicamente e racionalmente definidas contra elas. Já fornecei algumas destas em meus livros e artigos, e pretendo tratar das restantes em escritos futuros. Assim, até que argumentos bíblicos inegáveis sejam oferecidos para refutar qualquer um dos pontos que se seguem, ou qualquer um dos detalhes dos mesmos, devo considerar todos eles como bíblicos e coerentes, e, dessa forma, necessários e inegociáveis.
Eu tenho fortemente declarado minha insistência sobre estes pontos, pois estou ciente de que algumas das minhas crenças sobre o assunto são apaixonadamente confrontadas por muitas pessoas, incluindo cristãos reformados. Contudo, a verdade é que, se removermos todas as suposições anti-bíblicas, desnecessárias e injustificadas que são tão amplamente afirmadas, tornar-se-á claro que os seguintes pontos representam a única posição bíblica e coerente.
Dito isto, apresento a você os seguintes 10 pontos:
1. O inferno é um lugar criado para os espíritos réprobos, tanto dos anjos como dos homens.
2. O inferno é um lugar cujos habitantes foram soberanamente e incondicionalmente criados por Deus para condenação.
3. O inferno é um lugar no qual Deus exige castigos não-redentivos, mas vindicativos, dos seus habitantes.
4. O inferno é um lugar no qual Deus ativamente causa tormento eterno, consciente e extremo nos seus habitanets.
5. O inferno é um lugar no qual Deus demonstra Sua justiça, retidão, ira e poder, e através do qual Ele glorifica a Si mesmo.
6. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e tudo o que Deus faz é certo e bom por definição; portanto, é certo e bom que Deus tenha criado o inferno.
7. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e através do qual Ele glorifica a Si mesmo; portanto, é pecaminoso desaprovar ou ter repulsa por sua existência ou propósito, de qualquer jeito.
8. O inferno é um lugar que Deus soberanamente criou, e através do qual Ele glorifica a Si mesmo; portanto, é certo e bom oferecer louvor reverente e exuberante e ação de graças à Deus por sua criação, existência e propósito.
9. O inferno é um lugar sobre o qual Deus adverte na Escritura, e sobre o qual Cristo pregou em Seu ministério na terra; portanto, é certo e bom para os crentes pregar sobre o inferno, e pregar sobre a única forma de evitá-lo, que é a fé em Jesus Cristo, soberanamente concedida por Deus àqueles que Ele escolheu para salvação.
10. O inferno é um lugar que Deus predestinou para os réprobos; portanto, embora seja certo e bom pregar indiscriminadamente o evangelho a todos os homens, para chamar os eleitos e endurecer os réprobos, é errado e pecaminoso pregar como se Deus desejasse sinceramente a salvação dos réprobos, ou como se fosse possível para os réprobos receberem a fé e serem salvos.

Nota sobre #2: Qualquer condição que pareça correlacionar com a reprovação de Deus de um indivíduo, foi, em primeiro lugar, soberanamente decretada por Deus para ser parte deste indívuduo. Uma pessoa é escolhida para o inferno não por (ou sobre qualquer condição determinada por) seu próprio “livre”-arbítrio (que não existe de forma alguma), mas pela vontade soberana de Deus, que também soberanamente decretou e ativamente forneceu todas as condições que o próprio Deus considera apropriadas e necessárias, tais como o pecado e a incredulidade.
Nota sobre #6: Encontramos uma analogia na existência/criação do mal. Embora o mal seja mal (o mal não é bom), visto que o mal existe somente porque Deus ativamente e soberanamente o decretou (não passivamente ou permissivamente), portanto, é bom que exista o mal. Em outras palavras, o mal é mal (o mal não é bom), mas o decreto de Deus é bom –– isto é, Seu decreto de que o mal deveria existir por Sua vontade e poder ativo. Colocando isso de uma forma simples: o mal é mal, e não bom, mas Deus não errou em decretar o mal; Ele fez uma coisa certa e boa em decretar o mal. Da mesma forma, Deus fez uma coisa certa e boa ao criar o inferno e ao soberanamente, ativamente e incondicionalmente pré-determinar a condenação dos réprobos.
Nota sobre #7: É certo e apropriado considerar e discutir o assunto com temor e tremor, conhecendo a severidade e o poder de Deus, mas é errado e pecaminoso considerar e discutir o assunto de uma forma que, mesmo remotamente, implique numa desaprovação ou repulsa para com o inferno, como que dizendo que Deus fez algo errado ao criá-lo. Desaprovar ou ter repulsa pelo inferno não é um sinal de compaixão bíblica, mas um sinal de rebelião pecaminosa, que deseja o bem-estar e o conforto humano aparte da fé e da santidade, e aparte da dependência da graça de Deus.
Nota sobre #10: Eu tenho em mente a assim chamada “oferta sincera” do evangelho. Eu discutirei isto em outro post, esta semana.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A aparência do Pregador


A aparência do Pregador
Um bom cavalo não tem uma cor desagradável, e um pregador realmente bom pode vestir o que mais lhe agradar, pois ninguém vai dar importância a isso, mas apesar de não conhecermos o vinho pelo barril, uma boa aparência é uma carta de recomendação, mesmo para um lavrador. Os sábios não se apaixonam nem se desiludem à primeira vista, ainda assim a primeira impressão é sempre uma coisa importante mesmo para eles; o que dizer então em relação aos menos esclarecidos para quem, por não serem sábios, uma boa aparência representa meio caminho andado.

O que é boa aparência? Bem, não é ser pomposo e engomado, ou se fazer de grande e poderoso entre as pessoas, porque o orgulho põe a perder os corações, ao passo que as palavras gentis os cativam. Não é tampouco usar roupas finas; porque roupa extravagante é a mesma coisa que uma casa suja por dentro e com a entrada sem a limpeza adequada. Esse tipo de roupa é considerado a melhor parte em uma boneca. Quando um homem é vaidoso como um pavão, todo pomposo e exibido, ele precisa se converter antes de pregar para os outros. O pregador que mede a si mesmo pelo espelho, pode agradar algumas jovens tolas, mas nem Deus nem os homens se mantêm muito tempo com ele. O homem que deve sua grandeza ao seu alfaiate descobre que essa agulha e essa linha não conseguem manter um tolo no púlpito por muito tempo. Um cavalheiro deve ter mais em seu bolso que sobre os ombros, e um ministro deve ter mais a mostrar em seu interior que em sua aparência externa. Se pudesse, eu diria para os jovens pastores não preguem de luvas, porque os gatos não caçam ratos com luvas de boxe, e que não passem muita brilhantina no cabelo como fazem os vaidosos, porque ninguém se preocupa em ouvir a voz dos pavões; não tenham sempre em mente apenas sua bela aparência, ou ninguém mais se preocupa com vocês. Tirem os anéis de ouro, as correntes e as jóias; por que o púlpito deve se transformar em uma vitrine de jóias? Excluam para sempre as sobrepelizes e as batinas e todas essas vestimentas exageradas, os homens devem afastar de si as coisas infantis. Uma cruz nas costas representa o sinal do diabo no coração; os que fazem como Roma devem ir a Roma e mostrar suas credenciais de herdeiros. Se os padres supõem que conseguem o respeito dos homens honestos por causa da indumentária fina estão muito enganados, pois é voz corrente: "O hábito não faz o monge", e: "O macaco não se parece tanto com um macaco como quando veste o manto papal".

Entre nós reformistas, o pregador não reivindica poderes sacerdotais e, portanto não deve jamais usar uma vestimenta especial. Deixem os tolos usarem capuzes e hábitos tolos, pois os homens que não reivindicam a tolice não devem usar roupas desse tipo. Ninguém a não ser uma ovelha imbecil usaria a pele de um lobo. É um gosto estranho o que leva os homens a ansiarem pelos farrapos de um ladrão. Além disso, qual é o lado bom desse aparato espalhafatoso? Nenhuma criatura poderia parecer mais estúpida que um pregador reformista com um capuz que não tem utilidade nenhuma para ele, com exceção de um pato que use tamancos. Eu morro de rir quando vejo nossos doutores com toga e faixas, esbaforidos com suas roupas de seda, enfeitados com seus pequenos peitilhos, pois eles me lembram muito o nosso conhecido peru quando fica estufado com os temperos postos em seu interior. Com certeza, são muito tolas as pessoas que querem ver um homem vestido como mulher em vez de apreciar seu sermão; e aquele que não consegue pregar sem essa vestimenta espalhafatosa pode se achar um homem entre simplórios, mas é um simplório entre homens. Ao mesmo tempo, o pregador deve se esforçar, de acordo com seus recursos, para vestir-se de forma respeitável; e em relação à pureza, ele não deve ter máculas, pois os reis não devem ter homens de pés sujos junto de sua mesa; e aqueles que pregam as coisas de Deus devem praticar o asseio. Eu daria preferência às gravatas brancas, se elas fossem sempre brancas, porque marrom de sujeira não cabe em lugar nenhum. Podemos nos ver livres de um pároco relaxado, enfumaçado, aspirador de rapé, bebedor de cerveja? Muitos dos que encontrei talvez até tivessem muito boas maneiras, mas não lhes ocorria terem boas maneiras consigo mesmo havia muito tempo. Como um capitão holandês deixa as âncoras no mar, eles deixaram as boas maneiras em casa; mas esse jamais deve ser o argumento para tornar um pároco bem comportado em o ministro. Um paletó surrado não significa desonra, mesmo o mais simples deles pode estar bem apresentado, e os homens devem ser estudiosos, e não professores, até alcançar esse patamar. Não se pode julgar um cavalo pelo arreio; mas uma aparência modesta, distinta, em que a roupa é do tipo sobre a qual não se pode fazer comentário, parece-me ser o tipo certo de coisa.

Esse pequeno ponto de minha reflexão tem o objetivo de advertir vocês jovens que acabam de se iniciar no ministério; e se algum de vocês ficar bravo por causa desses comentários, terei de lembrá-los que cavalos com feridas no lombo não suportam ser escovados, e, de novo, "aqueles a quem a carapuça servir, vistam-se de João Lavrador", vocês dirão que teria sido melhor remendar o próprio avental e deixar o pároco em paz, mas peço licença para cuidar de mim e falar o que me vem à mente, pois um gato pode mirar um rei, e um tolo pode dar bons conselhos ao homem sábio. Se eu falar com muita simplicidade, por favor, lembrem-se de que o cão velho não consegue mudar sua forma de latir, e aquele que por muito tempo foi acostumado a arar em um sulco reto também é muito competente para falar com honestidade.
 Tirado do livro de C. H. SPURGEON 

O PERIGO DAS SEITAS


O PERIGO DAS SEITAS

Seitas – O que lhe vem à mente quando ouve esta palavra? Talvez você imagine um grupo de pessoas alienadas da sociedade em algum vilarejo longínquo com roupas esquisitas e rituais macabros.
         Infelizmente a verdade é bem diferente do que se pensa. Elas estão em toda parte da sociedade e se alastram como epidemia. Não escolhe posição social, raça ou credo. Estão entre as camadas pobres e também  entre a elite social. Muitos artistas são verdadeiros cartões postais das seitas, que através dos meios de comunicação entram em nossos lares e difundem seus ensinamentos.. Quase sempre aparecem na TV um ou outro artista famoso falando sobre os “benefícios” da Meditação Transcendental, de “poder” dos cristais ou indicando seu guru favorito, e tudo isso fundamentado nos moldes “novaerensense”(relativo a Nova Era). Atualmente calcula-se que existam no mundo mais de 10.000 seitas e cada ano que passa surge mais uma com doutrinas e ensinamentos contrários à Palavra de Deus, levando mais e mais pessoas para o engodo satânico da religião. A virada do milênio fornece um clima propício para o fanatismo religioso que parece não ter fim. O próprio Senhor Jesus Cristo já havia profetizado à este respeito quando disse que nos finais dos tempos apareceriam falsos cristos e falsos profetas e enganariam a muitos. E o que temos visto é exatamente isto; engano, falsidade e corrupção entre esses movimentos. Seus líderes são verdadeiros carrascos, impondo o medo, controle espiritual e psicológicos sobre seus adeptos, que recebem uma verdadeira lavagem cerebral. Suas organizações são verdadeiros impérios financeiros, muitas vezes construído com dinheiro ilícito de fontes obscuras e ilegais. Mas o que os fascinam mesmo, é o poder e o dinheiro, e para conseguí-los, não medem esforços, chegando a empregar até mesmo a violência. A proliferação religiosa hoje, é um fenômeno que recebe cada vez mais atenção, dos teólogos, sociólogos e psicólogos que estão perplexos diante da caótica situação religiosa do nosso mundo. As seitas constituem  atualmente um grande desafio para a Igreja de Cristo sobre a face da Terra. Pregando uma falso evangelho com falsas promessas, elas conseguem arregimentar um grande número de pessoas para as suas fileiras e o perigo não é só do ponto de vista teológico, mas também público, já que trazem com o seu “modus vivendi”(modo de viver) um grande transtorno para a sociedade de modo geral.  Há seitas que proíbem a transfusão de sangue, uso de anticoncepcionais para o controle da natalidade, que sirvam as forças armadas, que votem, que trabalhem em determinado dia da semana, etc...
         É só lermos os jornais e revistas ou ligarmos a TV e encontraremos manchetes tais como: “Adeptos Da Seita “X” Cometeram Suicídio Coletivo”. De fato, notícias como esta não são raras hoje em dia.
           Quem não se lembra do caso “Jim Jones” em 1978?  Esse líder fanático que se intitulava “pastor”, e possuía guarda costas chamados de “anjos”, levou aproximadamente 900 pessoas ao suicídio na Guiana.


CRONOLOGIA DE SUICÍDIOS ENTRE AS SEITAS
        
Vamos mostrar agora o que tem acontecido nos últimos anos entre estes movimentos e o fim macabro que tiveram.
1993 – Oitenta seguidores da seita, “Ramo Daviniano”, morreram carbonizados.
1993 – Cinqüenta e três pessoas de uma vila do interior do Vietnã, cometeram suicídio coletivo.
1994 – Cinqüenta e três membros da seita “Ordem do Templo Solar”, cometeram igualmente suicídio coletivo.
1995 – A seita japonesa “Ensino da Verdade Suprema” provocou um atentado com gás tóxico no metro de Tóquio, matando dez pessoas e ferindo cerca de cinco mil.
1997 – A seita americana “Porta do Céu” cometeu suicídio coletivo, o saldo de mortos chegou a trinta e nove pessoas.
2000 – Cerca de oitocentas pessoas que estavam envolvidas com a seita “Movimento Pela Restauração dos Dez Mandamentos” morreram carbonizadas na sede da seita em Uganda na África. Antes de cometerem o suicídio o líder da seita os incentivou a abandonar os seus bens, pois iriam se encontrar com a virgem Maria. Pelo jeito o único mandamento que a seita não quis restaurar foi o “Não Matarás”.
         Estes são só alguns exemplos, dentre muitos,  que não caberia nesse artigo por falta de espaço, mas com certeza já deu para perceber que o perigo das seitas já está virando uma questão para as autoridades públicas se preocuparem. Felizmente muitos governos já estão tomando providências nessa questão. Talvez você esteja raciocinando neste momento: “Eu nunca participaria de tais movimentos”. Será? É possível que você faça parte de uma seita e não saiba, talvez não tão perigosa como as citadas acima, mas perigosa do ponto de vista espiritual e teológico. Não são só as seitas exóticas como as da África que oferecem sacrifícios humanos, ou as apocalípticas de Marshal Applewhite (Porta do Céu)  que precisamos nos preocupar. Existem aquelas que estão talvez perto de sua casa, que aparentemente são inofensivas, que são classificadas até mesmo de “cristã”, quem sabe você conheça um amigo ou parente que faça parte dela, essas não deixam de ser também perigosas.


Este artigo não é da autoria do dono deste Blog