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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

OS JOVENS PREGADORES


OS JOVENS PREGADORES

Depois de falarmos sobre alguns temas interessantes e pertinentes aos jovens, achei relevante também incluir entre os assuntos, a grande onda dos nossos dias, ser pregador. Ser pregador é uma grande bênção e é o cumprimento da promessa de Deus. Mas, existem algumas questões que devem ser levadas em conta e que precisam ser tratadas com muita seriedade.

A febre
É muito comum atualmente encontrarmos muitos jovens pregadores em quase todas as igrejas. Como já tratei em um outro livro, parece que todo mundo quer ser pregador. Parece uma febre, todo mundo quer subir no púlpito e pregar, todos querem ser chamados de pregador. Em algumas igrejas os jovens não se interessam muito com outras atividades desenvolvidas na igreja, o foco de quase todos é o púlpito, a pregação.

Já sei tudo
O mal presente em muitos meios, são os jovens recém convertidos, sem muito conhecimento e sem maturidade cristã, acharem que já sabem tudo e que já são grandes pregadores. Alguns depois de lerem vários livros de evangelistas e pregadores mundialmente conhecidos, acham que não precisam de mais nada, ou seja, já têm tudo e já sabem tudo.
É uma grande vergonha termos jovens que pensam deste jeito, porque nunca ninguém cabe de tudo, sempre precisamos e precisaremos aprender mais. Por mais que uma pessoa faça muitos anos no ministério ou na área da pregação, sempre haverá algumas coisas que ele precisará aprender ou aperfeiçoar. É muita arrogância e prepotência alguém que está apenas começando, já começar a achar que já sabe tudo. Pela graça de Deus pôde me encontrar com algumas pessoas que já fizeram mais de 50 anos no ministério, e o que mais me impressionou foi a humildade deles e a consideração que demonstram ter por outros pregadores e ministros. Não só, como também estão sempre empenhados a aprender mais e buscarem mais aperfeiçoamento no que fazem.

Já sou um grande
Um grande grupo de jovens pelo simples fato de às vezes serem usados por Deus, se enchem com o pensamento de que são os “grandes” do evangelho. Existem muitos que não querem simplesmente pregar ou fazer a vontade de Deus, mas o verdadeiro intuito que os motiva é a grandeza. Querem ser respeitados, temidos, reverenciados e honrados acima de tudo. Pouco importa se foram ou não chamados para isto, pouco importa se sabem ou não pregar, o mais importante para eles é aparecerem e serem reverenciados. 

Ser jovem e ser pregador
Muitas vezes nos deparamos com algumas pessoas que quando notam que o pregador é jovem, não dão muito crédito nele. São muitos os que não acreditam em pregadores jovens e segundo estas pessoas, um pregador jovem e um total inexperiente e portanto, sem muita sabedoria ou conteúdo para transmitir. Existem ainda aqueles que acham que todos os pregadores jovens são aventureiros e sem nenhuma seriedade no que fazem.
Na Bíblia temos muitos pregadores que eram jovens, Samuel começou a servir sendo ainda muito jovem, Jeremias foi chamado quando ainda era jovem, Ezequiel era jovem quando foi chamado, Timóteo era jovem, João Batista era jovem quando começou o seu ministério e o próprio Jesus também era jovem. Todos eles foram bons e grandes pregadores, mas começaram quando eram jovens. Na Bíblia existe uma grande promessa sobre os jovens (Jl. 2:28), mas por outro lado, não é fácil ser jovem e ser pregador ao mesmo tempo. A maior parte dos jovens querem curtir e se aventurar o máximo possível na vida, se entregar a Deus e se separar para agradá-lo em tudo não é uma coisa fácil. Vai totalmente contra a natureza pecaminosa do homem e principalmente contra a tendência dos caminhos dos jovens. São muitos os jovens que entram no caminho de Deus, começam a servi-lo e a pregar, mas acabam retrocedendo e voltando ao mundo. Não só, tem também aqueles que pregam, mas não vivem e nem querem viver o que pregam. Pregam porque simplesmente acham que lindo e bom pregar.
Paulo advertiu a Timóteo que ninguém deveria desprezar a sua mocidade, mas antes deveria ser um modelo para os crentes, um modelo na conduta, no falar, na fé, etc. isto nos leva a crer que alguém pode ser jovem e ao mesmo tempo ser um pregador sério.  

Quem chama?
Muitos jovens pregadores começam a servir na área da pregação, mas com muitos conceitos errados. Conceitos que muitas vezes são adquiridos através dos meios em que o pregador se converte ou cresce espiritualmente. Conceitos errados podem levar a um modo de vida errado.
Uma das coisas importantes que todo pregador deve saber é que quem faz o chamado é Deus, ou seja, a vocação para alguém se tornar pregador, vem de Deus. Muitos fazem grandes esforços mesmo vendo evidências claras de que Deus não os chamou para este trabalho. Ninguém por si mesmo pode se tornar um verdadeiro pregador, e nenhum ser humano da esta vocação aos outros seres humanos. Ninguém torna ninguém pregador. Esta graça, este dom vem de Deus e não dos homens. Por mais que Deus use alguém para falar conosco sobre este chamado e por mais que Deus use alguém para nos orientar e instruir nesta área, a vocação vem somente de Deus. No A.T. podemos ver que o próprio Deus é quem comissionava os profetas (Moisés, Jeremias, etc.), e quando alguém recebia o chamado através de um homem, este homem era simplesmente um instrumento enviado por Deus. O apóstolo sempre insistia que o seu chamado vinha de Deus (1 Co. 1:1; 2 Co. 1:1; Gl. 1:1; Ef.1:1; Cl. 1:1; 1 Tm. 1:1;  2 Tm. 1:1). As expressões: “pela vontade de Deus”, “segundo a vontade de Deus”, “segundo o mandato de Deus”, “chamado por Deus para ser”, deixam esta verdade muito clara.
Os livros, as escolas de ministério, as faculdades teológicas, as orações, os próprios esforços, etc., podem ajudam muito na vocação, ajudam no aperfeiçoamento e no desenvolvimento do chamado, mas não dão a vocação. Deus é quem chama, e isto deve ficar bem claro para nós. Ninguém se chama a si mesmo e nunca ninguém dá a vocação ao outro, a vocação não é passada de pais para filhos. Aquele que não tem esta vocação, por mais que se esforce nunca a terá, na verdade só se atrapalhará e atrapalhará a outros.



Será que todo mundo deve ser pregador?
Este é um dos problemas atuais, se considerarmos a evangelização, os testemunhos e as conversas onde falamos do plano da salvação de Deus como pregação, neste sentido amplo todo cristão pode e deve ser pregador. Todo mundo pode e deve pregar como cristãos que somos, visto que devemos todos ser testemunhas (At. 1:8). Mas nem todos devem ser pregadores no sentido restrito da palavra (Tg. 3:1; Mt. 5:19). Querer ser pregador é uma boa coisa, mas devemos obedecer a alguns passos:
  • Ter a vocação.
  • Preencher os requisitos morais e sociais.
  • Buscar um bom conteúdo Bíblico e teológico.
  • Receber um bom treinamento.
Ser pregador requer muita responsabilidade e seriedade. É um grande privilégio, mas também é uma grande responsabilidade. Só o desejo de sermos pregadores não basta. Devemos estar dispostos a pagar o preço e de nos abnegar-nos de tudo o que for preciso.

O talento dispensa tudo?
Muitos jovens quando descobrem que têm o talento de pregação, não se importam com mais nada. Dispensam todos os treinamentos necessários e tudo o que pode ajudar na vida deles como pregadores. Em algumas igrejas para alguém se tornar pregador, a única coisa que importa é o talento. Tendo o talento, por mais que o jovem não seja exemplar, ele é aceite como pregador da igreja. No N. T. nós encontramos outras exigências necessárias para alguém se tornar um pregador ou líder (1 Tm. 3: 1-10; Tt. 1:5-9). É justamente por causa desta falta de exigências que temos muitos jovens pregadores arrogantes, insubordinados, gananciosos, ambiciosos, sem conhecimento, sem preparo adequado, não experimentados, lascivos, dissolutos, rebeldes, bêbados, etc. É, infelizmente esta é a nossa triste e lamentável realidade.

Que tipo de pregador queres ser?
Existem hoje pregadores de todos os tipos que se possa imaginar, quentes, frios, espirituais, carnais, que pregam a Cristo e os que pregam o próprio Ego, preocupados com o Reino e outros preocupados com o dinheiro. Existem hoje muitos pregadores em destaque no mundo evangélico, pregadores muitas vezes bons de retórica e oratória.



Conceitos equivocados e errôneos sobre pregação
Quando um jovem quer se tornar pregador, precisa ter conceitos corretos sobre a pregação. Mesmo que pregue bem ou que tenha uma boa oratória, se não tiver conceitos corretos sobre a pregação, certamente acabará cometendo erros desastrosos. Muitos jovens têm conceitos totalmente equivocados e errados sobre nesta área, mesmo que inconscientemente. Muitos acham que a pregação:
  • É gritar e falar alto usando o nome de Deus.
  • É um meio de se exibir a erudição.
  • É um meio de demonstração de conhecimentos.
  • É um meio de propagarmos as nossas idéias.
  • É um meio de transmitirmos as nossas filosofias.
  • É um meio de se fazer destacado na igreja.
  • É um meio de se tornar conhecido.
  • É um meio de se enriquecer.
  • É um meio de se conseguir renome.
  • E um meio alternativo de se ganhar a vida.
  • É um meio rápido de se tornar importante.
Conceitos errados e equivocados geram atitudes e vidas erradas. Levam a vidas distantes de Deus e a praticas anti-bíblicas. existem muitos que são considerados de “bons pregadores”, mas são péssimos cristãos. Muitos que ainda são considerados “excelentes pregadores”, na verdade são “ex-cristãos”.

Quando o talento destrói a vida cristã
Muitos jovens por causa do talento acabam destruindo as suas vidas. A certeza de são muito bons na pregação e que são tremendamente usados por Deus leva-os a vidas desregradas e ao relaxamento total. Quando alguns jovens descobrem que têm um forte talento nesta área, acabam se tornando totalmente arrogantes e teimosos. Começam a achar que já sabem tudo e que não precisam de mais ninguém. Alguns outros se tornam depravados e insensíveis que até começam a defender o que antes consideravam como pecado.  
Existem casos de alguns pregadores talentosos que se tornam verdadeiros mercadores e mercenários da Palavra. Só podem pregar onde tem mais oferta e onde há multidões. Não pregam mais em reuniões de pouca gente e nem em lugares sem condições.
Quando alguém caminha por este caminho, certamente está desviado do verdadeiro propósito divino e está caminhando para sua própria destruição. O talento deve levar-nos a atitudes positivas e boas. Deve fazer com que nos esforcemos mais e que busquemos mais a graça de Deus, a humildade, a retidão, a santificação e a unção.

Aprender continuamente
Temos visto muitos jovens pregadores que aprendem alguma coisa no principio das suas carreiras como pregadores, mas depois param no tempo. Se tornam impermeáveis e cauterizados. Totalmente auto-suficientes. Um bom pregador nunca pára de aprender. Busca crescer e se aperfeiçoar a cada dia. Como diz o velho ditado: “aquele que pára de aprender, deve parar de ensinar”. O pregador deve procurar se atualizar sempre, e isto pode ser feito através de conferencias, congressos, seminários, cursos, escolinhas, livros, apostilas, etc. Não só isto, mas o pregador deve sempre através dos pregadores mais experientes ou anciões buscar mais conhecimento e orientações.

O respeito pelos anciões
Um dos males mais comuns e freqüentes nos meios evangélicos é a falta de respeito e consideração por parte dos jovens pregadores aos pregadores anciões. Muitos jovens depois de começarem a pregar, começam a se achar o máximo e muitas vezes chegam a atropelar os mais antigos nesta área. Existem inclusive alguns jovens pregadores que aproveitam o momento da pregação para faltarem com o respeito. Falam o que não devem e como não devem.
Alguns pregadores jovens acham que todos os pregadores anciões falharam com a missão ou que o tempo deles já esta ultrapassado, ou seja, devem deixar lugar para eles. Por causa disso começam a fazer de tudo para os tirarem da “cena”. Triste e lamentável, mas infelizmente é a atitude de muitos jovens. Alguns simplesmente se esquecem que o inimigo é outro (o diabo), e começam a agir como se os inimigos fossem os pregadores anciões.
Todo jovem pregador deve saber que tem muito que aprender com os “mais velhos” ou os mais experientes (2 Cr. 10:1-19).

A humildade
A humildade deve ser sempre a marca de um jovem cristão pregador. A humildade no pensar, no falar e no agir. Lembrando-se sempre que Deus resiste aos orgulhosos, mas concede a sua graça aos humildes (Tg. 4:6,10; 1 Pd. 5:5-6). Não só, mas também deve saber que a soberba precede a queda ou a ruína (Pv. 16:18).

Tirado do livro: "Os Jovens Cristãos e os seus Assuntos".
Autor: PASTOR SIMPLÍCIO

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